8.31.2015

Coisas cruciais nestas férias.

Só de relembrar que viemos passar as férias numa casa alugada em Sesimbra e com os avós paternos da Irene. Trouxe milhares de coisas, eis o meu resumo do que realmente me/nos tem dado jeito e o que nem por isso. Claro que não estou a falar de coisas normais como fraldas e isso. Seria parvo. Até para mim. Comecemos por aquilo que me tem dado jeito. 



O que tem dado jeito: 

- Babetes 

"Ah! Isso depois logo se vê! Põe-se um guardanapo ou assim". Não. Se já com os babetes, às vezes, é o filme que é, imaginem com a novidade de por um guardanapo na camisola. Até tentei uma vez, só porque não me apetecia levantar o rabo para ir buscar o babete, mas não deu resultado.

- Talheres dela

"Eles comem com qualquer colher, lembro-me de quando a minha avó me dava a sopa toda numa concha da sopa e ficava logo despachada". Sim, verdade. A mim dá-me jeito porque já tenho destreza afinada para cada colher e falho menos no alvo e consigo dar-lhe melhor a sopa. 

- Piscina pequenina

"Temos uma pisicina dos grandes, para quê uma pequenina?". Tão bem que soube vê-la na piscina pequenina e eu não ter que me molhar ou andar a passeá-la na água. Nem sempre as vontades estão sincronizadas e, se os vossos bebés forem como a Irene, não querem fazer outra coisa senão estar dentro de água. São 5 minutinhos em que quase que podem fazer um cocó vontade. Vocês. 

- Toalha com buraco para a cabeça

Por parvoíce agora chamo-a de macaca. Disse "anda cá, macaca" e pus-lhe a toalha e assim ficou. É óptimo porque continuam livres e a ficarem secos sem termos que os prender para os enxaguar. Se também ficavam limpos se lhes passássemos os panos da loiça da cozinha no pêlo? Sim, ficavam, mas menos prático e um pouco porcalhote.

- Intercomunicador

Esta nem é preciso explicar. A liberdade desta invenção é incrível. Qual invenção da roda, qual quê? Isto, sim! Libertou a mãe nas férias (quando ela não ia roncar que nem uma obesa mórbida para o quarto). 

- Copinho da água dela

Ficamos sempre mais descansados quando eles podem beber quando têm sede. Sem termos de estar com coisas. Sem ficarem miss t-shirt molhada com aqueles mamilinhos mais pequenos que um sinal mais ou menos feio de nascença.

- Brinquedos

Alguns, vá. Trouxe mais roupas que brinquedos. Aqui o pai e eu estamos a discordar (uhh que novidade). Eu acho que ela não lhes liga nenhuma. O pai diz que são muito importantes para que a Irene não andasse a mexer em tudo aquilo que está exposto e que é do dono da casa. Os brinquedos para a água, sim. 

- Lápis e bloco

Nada melhor que uns lápis de cera já todos partidos e lambidos para se entreter durante uns mágicos 3 minutos. 

- Objecto de transição

O coelhinho com que ela dorme é essencial. Está cada vez mais agarrada a ele. Gosto, confesso que gosto, apesar daquilo já ter sido arrastado por todo o lado e de cheirar muito a bedum. 


Logo à noite escrevo o que não devia ter trazido, acho eu. A ver se dá uma lista, mas duvido porque sou muita boa. 

As brincadeiras preferidas da Isabel

Ontem, para me despedir dela, expliquei-lhe que a mãe ia andar de avião. Resultado: ficou eufórica. Achou que lhe estava a dizer que íamos fazer o avião. E fizemos, não sei quantas vezes. A Isabel adora tudo o que seja ginástica, pinos, saltos e mergulhos para a cama. 5. lugar

Além disso, acho que já vos contei que a minha filha adora passar por baixo das nossas pernas. Aqui bem tentou. Agora já começamos a dificultar o nível e vamos abrindo e fechando o portão e ela tem de ser rápida a passar ou fica presa. Desata a ri-se quando fica. 4. lugar





Ainda não vos contei, mas a minha filha adora andar na caixa dos legumes, puxada por um fio. Vai lá dentro a acenar, qual rainha (da sucata). 3. lugar


Em 2. lugar têm de ficar as músicas e as danças dos Caricas. Descobriu-os há um mês e tal e não quer saber de mais nada: Panda Style, A dança do Pinguim e mais recentemente a das Caveiras. Giro como ela tinha medo desta, mas agora já imita partes da coreografia. Adora! Quando está a dar a Xana TocToc na lista de reprodução, ela pede para mudar. Quando vê um panda num livro, começa logo a dançar e a pedir-me para pôr música. Só não está em 1. lugar porque há uma coisa que a faz rir tanto, mas tanto, que não pode ser destronada.

1. lugar. Só brincamos a isso de vez em quando. Visualizem a coisa: eu, vestida de jardineiras. Alças das jardineiras para trás, a caírem pelas pernas. Isabel a agarrar nas alças como se eu fosse um cavalo. Eu a correr pela casa e ela a ter de correr atrás, tipo comboio. Às vezes descarrila, escorrega e desata-se a rir. Chega a engasgar-se de tanto rir. É mesmo giro! E eu ainda aproveito e ainda mexo este rabo.



8.30.2015

Crucifiquem a minha forretice!


Serei eu a única a pensar que usar uma fralda "para água" só para uma vez é um desperdício enorme? O quão reprovável é pô-las a secar e usar no dia seguinte? Sinto-me malandra por estar a enganar o sistema. Estou sozinha nisto? ;)




Não sejas estúpida, Joana.

É o que me apetece dizer a mim própria. Aliás, tenho muitas coisas para dizer à Joana de há uns anos. Se calhar, não só à de há uns anos, gostava mesmo de poder interferir em todos os minutos da minha vida enquanto ela aconteceu. Sou romântica. Não necessariamente aquele primeiro significado de romântico, o mais imediato. Sou aquela que todos os dias tem a esperança que algo fora do normal aconteça e que me faça chorar de alegria. O que é injusto. Estou sempre à espera de algo extraordinário. Em silêncio. Raramente o digo. E, quando o digo, já estou zangada. Cobro coisas que não foram prometidas. Coisas que sonho. Sou romântica porque idealizo, idealizo impossíveis, idealizo sem ter os pés na terra. Idealizo coisas para os outros me darem, mas não para ser eu a dar. Que injusto. Para mim e para os que me rodeiam. Odeio parecer gostar de, às vezes, estar triste.

Uma das coisas pelas quais sempre tive muito respeito foi por isto de ser mãe. Eu dizia a toda a gente - a mim também - que não queria ser mãe. E não queria. No meu papel de filha, tinha perfeita noção de tudo aquilo que podia falhar, mesmo quando não se fazia tudo errado e sentia que não deveria ter uma criança se não fosse para lhe dar o meu melhor, no meu melhor. Achei que não era a filha certa para ser mãe. Não tinha os instrumentos. Não tinha a capacidade. Não tinha vontade. Não tinha o pai para a criança (vá, a fingir que não nos lembrámos todas da música). 

O que faz a insegurança a uma mulher. A uma menina. Achei que não era capaz de ser mãe em condições. Não como acho que se deve ser mãe. Achei que nunca conseguiria deter a inteligência emocional necessária para transmitir serenidade e segurança a alguém ou que alguém me conseguisse transmitir. Sentia-me um buraco sem fundo. Por muito que recebesse amor - fosse de que maneira fosse - não me sabia a nada. Como é que uma pessoa que não sente amor e que o quer tanto é capaz de ter para dar? Que egoísmo meu seria por uma pessoa no mundo sem estarem reunidas as condições que, pelo menos eu, considero essenciais só por uma questão de status, de achievement ou só para não me sentir sozinha. Criar uma alma-gêmea? Que egoísmo seria esse? Abortei a minha vontade de ser mãe. Durante anos. Tranquilamente. Fácil porque também nunca desenhei o meu futuro. Nunca o escrevi. O presente sempre me foi acontecendo a uma velocidade que não me dava tempo nem vontade para pensar. A minha cabeça é como uma discoteca: a música está alta, está tudo aos encontrões. Neste ambiente, ninguém consegue pensar em condições. Penso coisas pequeninas, muitas coisas pequeninas e bem, mas não consigo planear. No snooker só consigo planear a primeira tacada. Apesar de querer, nunca tentei planear uma segunda. Sempre foi aleatório. 

Como é que uma pessoa tão simplesmente complexa, egoísta e com tanta coisa para resolver poderia cometer o crime de querer ser mãe? Não era justo. Uma coisa são as pessoas que decidiam entrar na minha vida e que ficavam a conhecer-me, a outra era impôr a alguém a minha presença, toda a minha influência e os meus defeitos. Ser mãe.

Para quê tanto pessimismo? Talvez (pseudo inconscientemente) prefira pensar o pior para me achar a maior caso as coisas corram mal e eu ter adivinhado e nem pensar nisso caso corram muito bem. Desta forma, tudo me sabe sempre bem, por mais estúpido que possa parecer.

Decidi ser mãe porque amo e sou amada. De repente vi que o meu poço tinha um fundo e que está constantemente a ser enchido. Encontrei uma pessoa que acredita em mim, que me faz acreditar em mim e que me complementa. Tive sorte. Num ápice, como se merecesse, comecei a ter vontade de transformar todos estes sentimentos de esperança, de optimismo e de amor em algo físico. Apeteceu-me construir. Apeteceu-me amar ainda mais. 

É diariamente uma luta para fazer as melhores escolhas pela minha filha. Levo isto muito a sério. Demasiado a sério. Ao fim de 17 meses em casa com ela confesso que estou esgotada. Tenho a cabeça em água. Tenho as lágrimas prontas para serem vomitadas a cada contrariedade, a cada conversa mais séria. Tenho sono. Sinto-me sozinha (fardo que as pessoas exageradas carregam), mas tudo isto é apagado com um sorriso.

E é mesmo. 

Joana, não sejas estúpida. Não penses se vais ser mãe ou se não vais. Não penses se vais fracassar ou se vais ser a maior. Pensa menos e deixa fluir. Não é o "que tiver que acontecer, acontecerá", mas é um "só acontece aquilo que quiseres que aconteça" e, quando te sentires completa, a cabeça vai abrandar, vais conseguir ouvir-te e vais saber que sempre disseste timidamente: "quero uma família". 

8.29.2015

Era um par de palmadas no rabo

Nas férias, caso vamos para um sítio com piscina partilhada com dezenas de famílias e para a praia, convivemos com dezenas de crianças e com as respectivas famílias.

Vemos as dinâmicas familiares, crianças mais ou menos extrovertidas, mais ou menos birrentas, e com pais mais ou menos compreensivos, mais ou menos relaxados.

É ponto assente que ir de férias com miúdos não é a coisa mais fácil do mundo, não é. Mas é quando supostamente estamos com mais disponibilidade para eles, para as coisas deles. É quando supostamente não temos a cabeça ocupada com outros problemas e quando conseguimos fugir à rotina. É quando supostamente temos uma(s) hora(s) da sesta deles para nós e não para a casa, nem para a roupa, nem para os emails de trabalho. É quando arranjamos uns minutos para respirar fundo ou ler quatro páginas de um livro. Ou de uma revista cor-de-rosa. É quando podemos "jogar conversa fora", perder tempo com coisas leves, brincar e conversar mais.

Eu sou daquelas chatas que mete conversa com outras mães e outros pais na praia e na piscina. Gosto de conhecer gente. É como regressar à infância, quando não tínhamos vergonha de meter conversa com os meninos na praia. Eu, pelo menos, era assim. Fazia amigos em todo o lado. Agora, a Isabel é um excelente desbloqueador de conversas. Conheci os pais da Marta, os pais da Francisca, os pais do Afonso. Sempre que revíamos os pais da Marta e a Marta, que tinha 5 anos se bem me lembro, ficávamos um bocadinho a conversar. A Isabel adora miúdas mais velhas. Com os pais do Afonso, de 23 meses, só falei numa manhã, quando estávamos todos a jogar à bola na relva da piscina.

Simpatizei muito com a Francisca, de 9 meses, e com os pais dela. Uma bebé linda, morena, de olhos grandes e pestanudos, vestida de xadrez cor-de-rosa. A Isabel foi às toalhas deles dizer olá e lá ficámos a conversar, sentadas.

Gosto. Gosto de saber como gerem as férias. Se fazem comida, se eles comem ou não sopa, como fazem as sestas, que gracinhas já fazem ou faziam com a idade da Isabel.

Por outro lado, é por ali que vejo também coisas com as quais não concordo, mas que tenho de engolir a seco, porque nisto da educação de um filho, cada um sabe dos seus. Um pai que bateu num filho só porque este estava a despir os calções com a ajuda dos pés. Uma mãe que disse: "se cais mais alguma vez, levas na cara". Enfim... já sabem como eu sou adepta da disciplina positiva e tento praticá-la sempre com a minha filha, pelo que as ameaças e as palmadas não fazem parte do nosso dia-a-dia. Para mim, a haver palmadas no rabo, não seriam os filhos a recebê-las.

Bem sei que tenho de aprender a não meter o bedelho onde não sou chamada, mas se conseguir despertar a curiosidade a mais alguns pais para isto da disciplina positiva (não confundir com permissividade), já me sinto contente.

Boas férias para quem ainda não foi! E respirem fundo!!! :)


Diario das Férias (#04)

O dia de ontem começou muito mal. Aliás, acho que não foi bem o dia que começou, foi a noite que não correu bem. A Irene acordou praticamente de hora em hora (hora e meia, vá) e, nos intervalos, o Frederico fazia questão de ressonar como se a vida dele dependesse disso. Foi terrível para mim, menos para a Irene. Ela acordou algumas vezes só para dar puns. Começámos a achar que era por causa dos espinafres da sopa, mas depois lembrei-me que talvez seja por eu andar a emborcar uns bons litros de leite com chocolate por dia (amamento). Ela não tolera muito bem leite e acho que o chocolate não é das melhores coisas para estas questões. 

Bom, a noite foi horrível e, por isso, não resisti e acabei por adormecer no sofá. Graças a isso a miúda desistiu de andar a pedir maminha de 3 em 3 minutos (fase... que tem o que se lhe diga) e o pai e a avó chegaram-se à frente. Divertiu-se imenso a ver os desenhos animados com o pai (eu que dizia que não ia ver televisão até fazer dois anos) e fartou-se de almoçar a papa que a avó fez para ela com todo o amor e carinho. Foi bom. Tão bom. Sabem aquele sonos em que estamos a dormir mas... estamos a controlar tudo? Pronto. Era desses mesmo. Eu estava deliciada a ouvi-los aos três. 

Hoje foi dia de receber a Inês e o namorado. A Inês conhece-me desde o 12º ano. Bem, com um intervalo de 6 anos pelo meio de silêncio (não houve problemas entre nós, mas aconteceu, já nem nos lembramos porquê). Esses anos de intervalo parece que não existem. Quando estou com ela sinto que estive todos os dias. Que continuámos a almoçar todos os dias como almoçávamos no Atrium Saldanha (ou nos outro, que nunca distingo o nome daqueles centros comerciais a não ser o Monumental), no Burguer Ranch ou lá o que era.  Gosto dela. Tolero silêncios quando estou com ela. Não estou a pensar no que ela está a pensar ou não penso no que quero dizer a seguir. Estou "em casa". Hoje, cá em casa, até com os sogros, parecíamos que éramos todos uma família. Correu tudo tão bem.  Claro que não havia grande coisa para correr mal, mas achei perfeito.

Tirando, se calhar, o aspecto bizarro do Cláudio, namorado da Inês, a galá-la de trás, à campeão.

O pai todo babado e apaixonado decidiu partilhar isso nas redes sociais. Gosto quando isso acontece. Ele não é oversharer como eu e, por isso, as partilhas dele são especiais. Hoje houve ali um clique qualquer.

A Irene a ver as pedrinhas lá de cima do quintal.

Não, não arranjo as unhas. Fazem cócegas e magoam-me a tirar as peles. Uma podologista uma vez disse que não se deveria tirar isso dos pés e eu sigo à risca hehe.

Engraçado que aquilo que me dava mais ansiedade nos primeiros dias - o não ter controlo sobre a hora de deitar da Irene, visto que tinha de esperar que escurecesse para conseguir que o quarto ficasse com um bom ambiente (que frase tão grande, ainda se lembram do que escrevi no início?) - é agora (ou, pelo menos, foi hoje) uma das coisas que mais gostei. Gostei daquela calmaria antes de ir deitá-la. Gostei de vêr o sol a pôr-se e de ver a minha filhota calminha, a brincar. 


Sinto que, aos poucos, estou a deixar de ser essencial e gosto. Acho muito injusto que tenhamos de deixar os nossos bebés tão cedo para irmos trabalhar. Está mal feito. Esta está a parecer-me a altura certa para ambas para que eu vá trabalhar (estarei de volta em Novembro). Ela precisa de ter mais espaço para outras pessoas na vida dela e eu já estou mais descansada porque já confio nela e na sua capacidade de se fazer entender. Gostava que todas as mães que quisessem estar com os filhos a tempo inteiro enquanto são pequeninos (porque há as que não querem e percebo isso perfeitamente) pudessem fazê-lo. Claro que a família beneficia, se assim for o desejo da mãe e do casal, mas acima de tudo crescemos muito. Eu cresci muito. Ainda estou a crescer. Estou a deixar de ser birrenta e a aprender a estar presente. Demoraria muito mais tempo (meu feitio) se não tivesse tantas oportunidades diariamente. 

Estou feliz. 

Sem a minha filha.

Vou estar dois dias e meio sem a minha filha. Depois da pneumonia, em dezembro do ano passado, nunca mais dormi uma noite sem ela. Antes de ficar doente, tinha ido com o pai dela 3 dias (dois dias e meio, para ser mais precisa) a Praga e ficou com a avó Tatá. O primeiro dia foi pacífico, namorámos muito, soube-me bem estar a dois, sem preocupações de horários. Mas à noite já me estava a faltar qualquer coisa. Qualquer coisa não. Estava a faltar-me tudo. No segundo dia, o FaceTime ajudou-nos a matar saudades. Ao jantar já estávamos loucos de saudades. Ao terceiro dia já só falávamos dela. O tempo todo. Já contávamos as horas para a ver. Dizíamos que dois dias é o máximo que um coração aguenta sem a nossa pirralha. Quando a vi, chorei muito. Estava com febre há umas horas. Aninhou-se no meu colo e a respiração estava muito estranha. Senti-me a pior mãe do mundo. Culpei-me por tudo. Fomos ao hospital e por lá ficámos não sei quantos dias. Depois tentei pensar de forma racional. Mesmo que tivesse ficado cá, também só iria com ela ao hospital depois de ter febre. Vim a tempo. 
Mas o coração nunca conseguiu dizer isso. 

Amanhã à tarde vou em trabalho para os Açores. Volto na 3a, já depois dela estar a dormir. Fiquei feliz com esta oportunidade, claro. Mas já estou a morrer de saudades da minha piolha. E o meu coração já está muito acelerado. Vai correr tudo bem. Vai correr tudo bem. O pai, que é mãe, vai dar-te todo o colinho do mundo, filha. A mãe já volta.

8.28.2015

Diario das Férias (#03)

Sinceramente, depois de ter estado de joelhos no chão durante meia hora para adormecer a miúda num daqueles berços chatíssimos do Ikea, já nem me lembro bem do dia que passou. Não entendo a vantagem de ter berços com o colchão no chão, como é que vocês lidam com isso? Não entendo. A não ser que meçam 10 cm, mas aí têm de me explicar como têm o umbigo num sítio diferente dos joelhos. 

Bom, foi um dia bom (ainda não me lembrei, dêem-me um bocadinho que já lá chego). Hoje esteve a manhã bem-disposta dum lado para o outro, sempre a fazer rir toda a gente. Consegui pô-la a dormir a sesta e readormecê-la. Dormiu umas 3 horas e tal. Foi óptimo para almoçarmos com calma, para falarmos com calma. Apanhei sol como se tivesse 15 anos. Usei aquele aclarador de cabelo da L'´Óreal (e funciona, apesar de me assustar de ter de por aquilo com luvas) e estive ao sol que nem uma pitorra desesperada para esconder mini banhas. Só que sem ser pitorra. E sem ter mini-banhas. Sim, não são mini. Desesperada? Sim.


Claro que a Sagres irá agradecer o product placement. Vocês repararam que me protegi imenso, não repararam? Sacanas é o que vocês são. Sempre a reparar nessas coisas. 


A comer moranguinhos da avó. 



Louca a brincar com os "bolos" (os coisos de praia do Ikea têm que ver com pastelaria)


Chapéu - Little i

Diário das Férias (#02)

Depois do primeiro mais de adaptação à nova casa em que foi necessário usar pensos rápidos para encostar cortinados às portas (para não entrar luz no quarto dos avós para a Irene conseguir a sesta da tarde) - magníficos MacGyvers (só que sem aquele cabelo foleiro) esta família. 

Espera-se que hoje o dia seja ainda melhor. 

A noite de ontem foi fabulosa. 

Estivemos à espera que ficasse escuro para ir deitar a Irene (estava tão, mas tão podre, 'tadinha). 



Jantámos um belo arroz de pato e o borrego do almoço e, depois, acabámos por vir para o jardim e ouvir o sogro falar sobre o Ultramar (óptimas histórias) durante horas. 

Parecíamos escuteiros numa noite de acampamento. Todos juntos. Duas gerações (ou três, visto que sou a mais nova e a Irene estava a dormir) a fazerem a mesma coisa, sem telemóveis, sem televisão, nada. 

Para o pequeno almoço, os rapazes foram buscar pão fresco de Alfarim que dizem ser dos melhores. Comprovado. 

Tirando as formigas que teimam em invadir a casa mais rapidamente que eu como um pacote de Chocapics, tudo nos conformes. 

Já agora, fica a dica: o Frederico apanhou um escaldão à camone, estava todo vermelho e usei o creme da Irene do aprés soleil e hoje de manhã já quase parecia uma pessoa.


Se quiserem ver as imagens em tempo "real", sigam-me no instagram aqui.


8.27.2015

Diário das Férias (#01)

Minhas caras leitoras, é daqui que vos escrevo.



Mentira. Era suposto ser, mas não deu. O intercomunicador perdeu bateria e não conseguia ver nada com o sol e, então, vim cá para dentro. Menos charmoso. Imaginem-me ali. Com menos quilos, com as unhas dos pés arranjadas. E já agora com o cabelo pintado que isto está uma vergonha.

Pretendo, então, por-vos a par do que se passa por aqui. Talvez não seja do interesse de todos mas, também, o que é? 

Ontem foi uma desgraça para por a Irene a dormir à hora que era suposto (e que adormece em casa) porque o quarto dela não tem blackouts e estava ainda muita luz, acabou por adormecer a uma boa hora na mesma e já quando estava escuro. 

Acordou às 6h da manhã e fiz uma coisa que nunca tinha feito e que a-do-rei: dormi com ela. Esta casa tem uma cama de casal no quarto dela e, portanto, enquanto lhe dava de mamar, deitei-me ao lado dela (coisas boas de ter mamas descaídas) e acabei por dormitar um bocadinho. Percebo tão bem os pais do co-sleeping. É uma sensação dos diabos (só que dá a volta) ter ali um bezerrinho a ressonar com metade da nossa mama na boca. Está prometido que o próximo filho irá ter boas doses de co-sleeping! Habitua-se? Desabitua-se quando for "preciso", é o que tenho aprendido. A mesma coisa com as teorias do adormecer ao colo. Sim, adormece-se ao colo e ficamos com vontade de adormecer sempre porque sabemos que resulta, mas um dia, se não nos apetecer, adormecemos doutra maneira. Simples. 

Somos mais nós quem somos menos flexíveis que eles nessas coisas. Ou, pelo menos, eu.

Fomos tomar o pequeno-almoço. Não temos toalhas boho-chic e coisas giras, temos de nos desenrascar com o que há na casa para os hóspedes mas, também, isto não é um catálogo é um blogue. A Joana Paixão Brás, com o seu bom-gosto brinda-nos com um talento imenso para a perfeição. Esta foi a nossa mesa de pequeno almoço.





A Necas (a nossa alcunha para ela) toda contente por ter acordado numa casa nova e ter tanta gente para bater palminhas quando faz piadas. A última é cantar a música do Hakuna Matata mas, no final, em vez de dizer Pumba, diz Tó. Fica toda contente por nos fazer rir. Tem dois pais palerminhas, dá nisto. 




Fica o apontamento de que não pude tomar o pequeno almoço descansada porque a Irene também quis reforçar o dela. Comer pão com manteiga sem cairem migalhas para a cabeça dela enquanto mama é uma skill que deveria valer um cinturão negro no Karaté. 



Já agora, nunca tinha bebido disto e sou fã de leites com chocolate e afins. A minha sogra diz que se vende em todo o lado, já experimentaram? Vale a pena. Só ainda não embuchei todos os que estão no frigorífico por cerimónia.








Nesta foto está a aprender a esperar que ainda não estava bom tempo para ir molhar os "pés" - que é como ela se refere à piscina.



Isto é mesmo tapete para ser outra pessoa a aspirar que não eu haha.



E pronto. Como a sogra entrou primeiro na piscina e avisou-me de que estava demasiado fria, pu-la na dela. Delirou claro.

Depois muita birra para comer, desisti, não consegui adormecê-la no quarto dela por causa da luz e tivemos de transportar a cama para o quarto dos avós, lá em baixo onde é melhor.

Agora, até acordar é comer o churrasquinho que o marido e o sogro estão a fazer em tronco nu (ahhh que tugas) e apanhar... não é bem sol, mas é quase.


Almofada Estrelinhas - Caia

Vamos andar de avião!!!

Ainda falta um século mas eu já estou num excitex tremendo. "Excitex" ainda se usa ou as miúdas histéricas hoje em dia já não dizem nada disto?

Vamos os três a Londres e eu estou que nem posso. Adoro aquela cidade. Foi a primeira cidade para onde viajámos os dois juntos. A primeira vez em que o David andou de avião. Tenho tudo tão presente, fomos tão, mas tão felizes por ali, mesmo com todos os esquecimentos do meu mais velho. 

- Perdeu, logo no primeiro dia, um mapa onde eu tinha assinalado tudinho e com dados importantes e o telemóvel, acabadinho de comprar, um Nokia qualquer coisa. Achamos que foi roubado no metro, logo na primeira viagem, mas não podemos dar a certeza. 

- Perdeu, passado um ou dois dias, o passe daqueles XPTO de autocarro e metro que dão para não sei quantos dias e só se deu conta no próprio do autocarro, com o motorista a achar que estávamos a dar tanga. Vai de expulsar-nos. Saímos do autocarro e íamos comprar outro passe, quando olhei para ele. "David, os sacos das compras?" "David, os sacos das compras que fizemos hoje em Camdon Town?!!!" "Ficaram no autocarro. Pousei-os no chão para procurar o passe e, na confusão, devem ter ficado lá." Não estou a falar de batatas, estou a falar de roupita, senhoras!!! Imaginam o drama na vida de uma mulher? Pronto, já passou. 

Já passaram uns belos anos. Faz todo o sentido irmos os três agora. Sem que ele perca nada, pelo amor da Santa. Quero saber tudo, mães que já viajaram com os filhos. Levaram carrinho tipo bengala? Andaram de transportes por lá (é fácil andar com carrinhos de bebé no metro e isso?) Dicas para a viagem? E sítios familiares a não perder? Coisas a tratar antes de ir? Algum seguro?

Conheço bem a cidade, já lá vivi uns meses, mas na altura estava longe de pensar em bebés e não reparava nesses pormenores. Adoro aquela cidade, já vos tinha dito há umas frases atrás. Mas adoro principalmente vivendo cá, à distância. Não me dou muito bem com aquele frio e chuva e passei três meses sem ver o sol, deprimida, deprimida. Aproveito para vos contar que trabalhei 5 meses num restaurante chinês dos bons chamado Princess Garden of Mayfair, que era uma pequena maravilha [às vezes conseguíamos comer a comida dos clientes - calma, eram as sobras das travessas e não dos pratos, não se armem em esquisitinhas], tinha um gelado de canela que não consegui encontrar igual em mais lado nenhum, e aprendi a dizer coisas como "Uo ce putau yaren" ou "Uo damindze tciau Joana" - se houver alguém que perceba mandarim por aí que me diga se eu estava mesmo a dizer "Eu sou portuguesa" e "Chamo-me Joana" ou se me andaram a tramar aquele tempo todo e andei a dizer que sou "putau"...  Bem me pareceu estranho "putau": Portugal ou... rameira?

Bem, estou a pensar voltar lá com a minha filhota. Ver se o Ming ainda trabalha por lá. Era o meu chefe do bar, a pessoa mais delicada e meiga possível e tinha toda a paciência do mundo para me ensinar a fazer os Blody Marys e os cocktails todos que possam imaginar. Estava em Londres há anos a juntar dinheiro para poder comprar um terreno pequenino na China e construir uma casinha para a família. Dividia a casa com muitos outros. Andava de autocarro (metro? nem pensar! muito caro, daling!). Falava assim: "daling, gi'mi the pate" (darling, give me the plate). E dava-me abracinhos, brincava a fingir que era o meu pai (e que saudades eu tinha da minha família por lá!). Belos tempos.

Ou não, que vivia a contar os trocos, mas lá arranjava sempre para um chocolate para afogar a tristeza. Foi lá que descobri que eu não sou feita para ser emigrante. Passei a achá-los uns corajosos (e são mesmo). Passei a dar tanto valor a dias de sol. Percebi que longe dos meus, não sou nada. Talvez não tivesse estado lá tempo suficiente para ganhar calo. Acho que quando me vim embora, foi quando estava a começar a gostar mais. Era Junho e já não chovia todos os dias. Já tinha feito amigos. Londres tinha jardins lindos onde podíamos fazer piqueniques com copos de plástico, mas de pé alto, nos dias de folga. E dezenas de museus gratuitos.

Bem, ficava aqui mais uma boa meia hora a escrever sobre as minhas experiências em Londres, mas nem eu nem vocês temos esse tempo todo. Se é que ainda aí estão. Obrigada às resistentes!

Espero que alguém tenha lido pelo menos 5 parágrafos para me dar uma ajudinha. Hehe

8.26.2015

Chegámos!

Vocês não estão bem a ver a felicidade que se apoderou de mim. Nunca gostei muito de férias. A sério que não. Nunca senti tanta vontade de ter férias como agora. Assim que entrei na nossa casa (alugada em Sesimbra) só me deu vontade de chorar. É esta a casa do nossos sonhos. É mesmo isto que um dia queremos ter. Senti toda a sorte que tenho. Fui completamente violentada dos pés à cabeça pela gratidão que sinto por tudo o que tenho: filha, marido, sogros, eu, a casa, etc. 

Estou tão feliz que sinto que hoje foi um ponto de viragem. Sair da casa onde estamos todos os dias com as nossas rotinas faz-me sentir que somos uma família, daquelas que se une noutros lados (não sei explicar melhor). 

A satisfação da Irene de estar rodeada pelos avós, de ter tanta coisa para explorar, de receber tanto mimo é inequívoca. Estava louca para sair de casa já antes de ir trabalhar (quando acabou a licença de maternidade) durante aquele mês em que fui. Nunca chegámos a ir, mas isto vale por tudo. TUDO. 

Não era preciso que a casa fosse tão boa, mas não digo que não. Os sogros foram uns amores e achámos a equação certa para passarmos umas férias tranquilos. Daquelas férias sem stresses para correr tudo para conhecer coisas, sem termos que estacionar em praias cheias, etc. Vamos descansar. Vamos conhecer-nos melhor ainda uns aos outros. 

Estou ainda mais contente porque é uma óptima transição para a Irene e os Avós se habituarem a estar juntos. Vou trabalhar em Novembro e quero muito que ela tenha o máximo de proximidade possível com eles. Não quero ser essencial. Quero que ela passe a ser Irene sem mãe a tempo inteiro (tem de ser). 


Há uma coisa que me está a deixar de "rastos": a minha máquina boa está para arranjar, vou ter que me cingir a fotografias do telemóvel e a três rolos da analógica.

Queria só deixar um agradecimento público à minha amiga Renata que está a manter os nossos gatos vivos. <3

Juro que não estamos a ser pagas!

Não, a Quinta Pedagógica dos Olivais não patrocinou o a Mãe é que sabe. Mas, inspirada nos passeios da minha partenere (ler assim mesmo), lá fomos conhecer essa quinta muito gira no meio da cidade. Eu já lá tinha estado a fazer reportagem (foi assim que felizmente já conheci muita coisa gira deste país), mas agora com uma miúda feliz, foi outra coisa.

Fica a reportagem fotográfica, que o resto a Joana Gama já explicou aqui!



























Assustador...

Correndo o risco de levar dois pontapés no esfíncter anal (há outros: o cardia, o piloro), tenho vindo a pensar, ao longo dos anos (uau! ela pensa), que as actividades paranormais e coisas do género não existem. Porém, houve duas experiências que me fizeram pensar um bocado (uau! ela pensou mais um bocado!):


  • Num campo de férias fizemos o jogo do copo (e não, se houver algum ser masculino a ler isto, não tem nada que ver com aquilo das duas raparigas e um "copo" - nojo) e aconteceram coisas esquisitas (nomeadamente desaparecer-me um discman e ir misteriosamente parar à mala de uma das colegas... brincadeira!). Fiquei cheia de medinho, mas depois passou-me (lembras-te, Renata?), foi quase pior que um dos "monitores" usar calções de banho largos sem rede e debruçar-se nas nossas camas para nos dar um beijo de boa noite.
  • Ultimamente isto tem acontecido imensas vezes e o meu cérebro não consegue processá-lo: os brinquedos da Irene, de vez em quando, começam a funcionar sozinhos. Não é possível. Coisas que são accionadas com botões, funcionarem sozinhas. Não pode ser. 



Por que é que me estou a dar a liberdade de pensar que é algum morto a fazer-se notar? Vão dizer: "'tadinha da mãe a tempo inteiro, sente-se tão sozinha que já inventa amigos", mas não é bem isso. Tenho sempre o marido em casa, SEMPRE, SEEEEEMPRE. Pronto. Eu vejo uma série no TLC (não façam essa cara) que é a Long Island Medium e acredito nas coisinhas que ela faz. Já seeeeeeeeeeeiiii!! Já seeeeeeei! Mas acredito, o que querem? E uma das coisas são realmente as coisas electrónicas a fazerem barulho... 



Agora... quem será? Assim pessoas que já cá não estejam... As minhas avós, o meu avô... Os avós do Frederico... Mas eles estariam acordados por volta das 23 todas as noites? 

Bom, fica aqui o recado: hoje vamos de férias e não vamos levar esses brinquedos connosco, podem ficar cá a brincar à vontade. 


Isto também vos acontece?  Admitam lá.... ou vou ali internar-me.... e já (não) volto? 

8.25.2015

Não devia ser permitido filhos doentes!

Não consigo imaginar. Não quero. Cada vez que me meto, por segundos, na pele das mães que estão a atravessar doenças graves dos filhos, uma angústia apodera-se de mim ao ponto de ficar mal disposta e não conseguir comer. Se já quando a Isabel esteve uma semana internada com pneumonia (que nunca mais tenha de passar por nada igual), foi uma experiência-choque para todos...

Não devia ser permitido.

Tentei manter a calma, mas não foi fácil. Queria que ela mamasse e ela rejeitava. Na poltrona, ali ao lado, ouvia cada respiração dela mais sôfrega e o meu coração mirrava. Pela primeira vez não tive coragem de estar ao lado dela, quando foi picada. Achei que lhe ia estar a passar mais ansiedade. Ficou o pai. Eu fiquei do lado de fora da sala, a chorar muito, a ouvi-la gritar. Não foi melhor. Quis estar ao lado dela a sossegá-la com a minha voz, a fazer o que tem de ser feito, a ser mãe. A partir daí não desgrudei enquanto não a vi ficar melhor. Estive ali, durante a noite, a dar-lhe colo e aconchego sempre que precisava. A arder de febre, a chorar com dores. Lá percebemos que algo a estava a incomodar. Era o catéter. Fomos mudar o catéter, nova picadela. Dessa vez não fugi e falei-lhe com a voz mais calma que me ouvi na vida.

Ter um filho doente, faz doer-nos, além da alma, o corpo. Também nós ficamos doentes, mas fingimos que não. Fingimos que temos super-poderes e até chegamos a acreditar nisso. Mas, se pudéssemos, desmoronaríamos que nem uma torre de cartas. Não podemos. Nós não. E ficamos ali, firmes, fortes, a dar-nos a cada segundo. A tentar apaziguá-los. A tentar esconder-lhes a dor. A ser palhaços, para eles se distraírem. A pedir que sejamos nós e não eles. A querer trocar, sem hesitar um segundo.

Ter um filho doente, seja com uma pneumonia ou uma simples virose, faz-nos ser Mães. Mães daquelas que afastam os lobos nos sonhos deles. Mães com maiúscula. Mães feitas de camadas, impermeáveis, indestrutíveis. Mesmo que tenhamos uma lágrima prestes a sair.

Tê-los a arder em febre, no nosso colo, moles, com um choro em gemido que dificilmente conseguimos confortar, é dilacerante.

Passa. Não sei se nos torna mais fortes, como diz o ditado. Nem tudo o que não nos mata nos faz bem. Mas isto é ser Mãe. É ganhar calo. É estar. É pôr o coração ao alto e acreditar que tudo vai passar. Pensar que eles vão ficar mais fortes. Que faz parte. Não tarda muito, esta fase passa. Virão outras, das cabeças partidas. Nunca mais teremos descanso. 

*imagem WeheartIt


Ser mãe é conviver com o risco, toda a vida. Aguentemo-nos. Finjamos que temos super-poderes para que ao menos eles acreditem. 


Vamos de viagem!

É só amanhã, mas já estou com os chamados "piquinhos no pipi" há mais de um mês e tal. Nunca gostei tanto ir de férias. Antes de ter vida pessoal, até ficava um pouco assustada por não saber bem o que ia fazer com tanto tempo disponível e porque adorava trabalhar. 

Agora estou louca para ir. Vamos passar uma semana inteira em Sesimbra (uau, que longe e que inspiracional) com o sogros numa casa alugada com piscina. Era mesmo isto. Além de mudar de sítio, aproveitar para os sogros conhecerem melhor a neta e vice-versa e, não vou mentir, para eu conhecer melhor também esta minha família também. Estou tão ansiosa. 

Vai ser óptimo descansar enquanto oiço a Irene a rir-se com os avós. Vai ser maravilhoso poder dar a mão ao Frederico enquanto sabemos que a Irene está bem e que estamos ali ao lado. Mesmo que não fosse bom, iria ser óptimo. Estou mesmo a precisar disto e acho que a família também. Um dia escrevo um post de como (não) mantive a minha sanidade mental estando há dois anos em casa, sem trabalhar e 24h por dia com o meu marido. 

Acabei de ir almoçar com a Joana Paixão Brás ao Alegro e comprei a primeira (e última, pelo preço, pfff) mala da Irene. Já estou a imaginá-la a andar com ela para a casa do pai e da mãe quando nos divorciarmos. Ahah. Brincadeira. Estou mais a imaginá-la a passar um fim de semana fora com o namorado como fez o meu irmão há uns tempos, mas com a namorada. Apesar de ser bonito o suficiente para ser gay. Sim, claro que há gays feios, mas quando são giros, são muito giros. 

Fui lá buscar abaixo a nossa mala de viagem de casamento (sniffff) e começam agora as arrumações! 


Entrou na adolescência!

Ainda não me chama parva, chata e ainda não me disse que me odeia, mas já não deve faltar muito.

A novidade agora é fechar-se no quarto dela. Não me deixa entrar. Expulsa-me. Empurra-me e fecha a porta. Pergunto se posso entrar e diz que não. Deve ir escrever no diário, ler a Ragazza e beijar os posters dos Take That, enquanto ouve na cassete dos Onda Choc "Encosta a tua cabecinha no meu ombro e chora". Debaixo da cama deve ter um Toblerone e deve andar a ver a série Riscos às minhas escondidas.

Ai espera, isso era eu, nos anos 90.

8.24.2015

Gravidez: Contar ou não a toda a gente?

Quando engravidamos, estamos num tal estado de excitação (e incredulidade) que queremos gritar aos sete ventos que vamos ser mães!

Lembro-me bem do dia 29 de julho de 2013, uma segunda-feira à tarde. Depois de sair da consulta de rotina e de ter descoberto que estava grávida (de seis semanas e 3 dias), quis ligar logo ao David a contar mas lá me tive de conter para lhe fazer uma surpresa daquelas. Quis ligar à minha mãe, ao meu pai, ao mano, aos meus melhores amigos. Quis contar às senhoras da caixa da Zara, onde fui comprar os primeiros babygrows. Andei nas nuvens. É disso que me recordo daquele dia.

Contei ao David, em casa (fiz vídeo sem ele se aperceber, mas ele é chato e não mo deixa mostrar porque a reação dele foi "estás a gozar?!" com um enorme queixo caído Hehe. Vou ali tentar convencê-lo). O meu irmão também estava na cozinha e foi a segunda pessoa a saber. Depois resolvemos ir a Santarém contar à minha mãe (dia 29 era um dia importante e ao mesmo tempo triste, por isso não podia ter calhado melhor) e depois fomos a Almeirim contar ao meu pai e ao meu avô.

Aproveitei que o Renato, a Daniela e o Sérgio estavam por Santarém e convidei-os para jantar. Também os surpreendi com o babygrow. :)

Depois, contámos à cunhada pessoalmente, e soubemos nesse mesmo dia que ela também estava grávida! Foi a loucura! Não aguentámos e tivemos de contar também à sogra, que soube por telemóvel e veio a correr para Lisboa. Duas netas? Wow. (Nasceram com um dia de diferença!).

Dois dias depois, convidei a Raquel, amiga de sempre, para jantar e contei-lhe. Tudo gravado pelo telemóvel. Chorou imenso. Foi lindo de ver.

Acho que antes dos três meses contámos a umas 20 pessoas. As mais próximas. Andei ali a morder a língua para contar a mais pessoas que me são queridas, mas contei àquelas que, caso a gravidez não tivesse vingado - sei que é mais comum do que imaginamos e nem quero pensar na dor -, iria querer ter ao meu lado, a apoiar-me. Contei àqueles com quem partilho as coisas boas e as coisas más da minha vida.

Mas também sei que há muitas mães que conseguem esperar as 12 semanas para contar a toda a gente e que conseguem guardar segredo, com os futuros pais. Uau, não sei como conseguem, a sério! Eu transbordava alegria e excitamento por todos os poros - apesar de me estar a sair o estômago pela boca -  e acho que até tinha um carimbo na testa.

Vocês são mais expansivas, como eu, ou conseguiram esperar para contar mais tarde?



* Imagem WeHeartIt

Não pára de chorar quando isto acontece...

1 - Chora imenso sempre que me engasgo ou tusso. 

Não ando sempre a engasgar-me, não. 

Desconfio que ela sinta que eu me vou apagar quando isto acontece...

É amoroso e fofo, não é? 


2- Chora com determinadas partes de músicas que pede para pôr novamente a seguir. Uma delas é quando as crianças cantam a parte do "I'm gonna run away" desta música. Assim que começam, ela diz: "dói-dói!!!! dói-dói!!!". 



Não digo para experimentarem ter um ataque de tosse convulsa para ver se os vossos bebés também ficam assustados, mas querem ver se a música também deixa os vossos esquisitos? Podemos ter aqui qualquer coisa! Não sei para que serviria, mas pronto. 



PS - Não estou nos meus dias. Estou com uma dor de cabeça enorme, mas gosto de vocês na mesma, ok? 

8.23.2015

Jurei que nunca mais voltaria a este sítio!

Sabem aqueles sítios que estão para sempre ligados às vossas histórias amorosas passadas? Pronto. Eu andei na Faculdade ali para aqueles lados e coiso e tal. Já me tinha passado pela cabeça ir lá passear com a Isabel, já fomos a vários jardins de Lisboa e Cascais, mas tinha sempre algo que me dizia "não mistures alhos com bugalhos".

Até que disse para mim "Joana Cristina, passado é passado. Foi um passado feliz, só há memórias felizes e são apenas isso, memórias, distantes. Uma coisa não tem nada a ver com a outra. Para isso não poderias andar por metade da cidade, nem ir até alguns shoppings, nem tinhas ido revisitar cidades lá fora". Tudo verdade, menos o Joana Cristina. Sou, pasmem-se, tchan tchan tchan... Joana Isabel.

Os sítios são aquilo que fazemos deles, no presente. O jardim da Gulbenkian é um dos meus jardins preferidos e quis que a minha filha o conhecesse. Assim foi. Enfrentei o passado e acho que o David não se sentiu nada desconfortável (sim, sim, sou daquelas que conta "tudo" e deixa tudo em pratos limpos).

Foi um belo passeio. Se não conhecem, têm de ir. Se têm filhos com tendência para o mergulho no lago, então se calhar esqueçam. A Isabel levantou os braços não sei quantas vezes, o que nos dava margem para perceber que se ia atirar e conseguimos agarrá-la. Nas férias aprendeu a mergulhar (é como quem diz...) e agora deve querer treinar isso em todo o lado.











Tínhamos toalhas na relva, mas ela preferiu mesmo o contacto com a natureza. Hehe






A máquina fotográfica está avariada (e agora não tenho tempo - € - para mandar arranjar), não consigo fazer o foco como é suposto, mas mesmo um bocado desfocadas, ficaram giras as fotos! :)


Ah! E um grande beijinho à mãe do Martim que reconheceu a Isabel e foi muito simpática (adoro conhecer-vos).