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1.15.2018

E deixar de ter vergonha de ser blogger?

É o que também somos e temos de assumir, sem vergonhas. Como em tudo, há com quem nos identifiquemos e há com quem nem por isso. Não me sinto minimamente blogger como "achava" que era ser blogger, mas há blogs de tudo e de todas as maneiras, caramba. Da mesma maneira que "sou" loira e nem por isso sou muito imbecil. Preconceitos. 

Somos tudo o que quisermos ser nestes dias. Já lá vai o tempo em que nos queríamos fechar numa gaveta - quanto mais pequenina, melhor - e que nos limitavamos assim. 

A Joana Paixão Brás e eu fomos entrevistadas para um artigo na Sábado sobre "isto" dos Blogs em Portugal e tivemos a sorte de termos sido fotografadas pela Raquel Wise (obrigada, Raquel). 

A Joana Paixão Brás a pensar:
Fui eu quem pariu duas e ela é que parece ter o corpo de pós-parto. Estou aqui impecável, ainda levanto o pézinho para verem que a minha coxa tem metade da grossura de um tornozelo aqui da miss-faço-uma-careta-porque-sou-tímida-mas-não-quero-que-ninguém-saiba.

Eu, Joana Gama, a pensar:
A outra que está toda magra, mamou-me metade do saco de gomas da Hussel que comprei hoje no Colombo, a vida é muito injusta. Ainda por icma nem precisa de fazer bainha nas calças. A minha saia é uma mini-saia para uma pessoa de altura normal, enfim. 

A Joana Paixão Brás a lembrar-se que talvez se tivesse esquecido de pôr alguma das filhas na escola e eu a pensar se a minha papada seria evidente neste ângulo. 

Joana já a pensar se aquelas 12 fraldas darão para ter um quarto filho e logo se vê porque a vida é linda e é preciso é ouvir os passarinhos e sessões fotográficas com bolos.

Eu que me assemelho à filha que Herman José não terá. Ou isso ou tenho sangue de pelicano e não sei como. Talvez tenha meia garopa no pescoço para um dia em que tenha mais fome (para também não roubar as gomas das outras).

Eu, Joana Gama, a dar o meu melhor para chegar com as mãos aos pés. A minha flexibilidade sempre foi uma skill que atraiu parceiros. Joana a por a camisolinha para dentro das calças para se ver porque é que ela já foi fecundada duas vezes e eu não.



Eu a pensar no quanto o coelho custou à Avó da Irene na Zara Home. Ou como iria explicar o seu desaparecimento. Joana a duvidar que a cor dos meus collants fosse a certa para uma pessoa que não estivesse falecida. 

Ahaha Não consigo não achar que não daríamos um óptimo casal, sendo eu a camiona, claro. 

Este coelho nunca esteve tão feliz na vida.

A fotografia que a Joana Paixão Brás vai cortar para por como foto de perfil no Facebook porque é muito boa pessoa e abraça a criança que tem dentro de si. Eu que encarnei um tasqueiro malandro a ver uma rapariga numas push-up.

Eu a mostrar o meu lado lunar e a Joana a decidir se gosta. 

Vocês já estão a regir a estas fotografias como a boneca decidiu deixar de viver e atirar-se para cima da máquina, mas eu e a Joana estamos supé manas a fingir que lemos um livro sbre sentimentos. 



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