10.06.2015

Que facada nas costas!

Adoro que o pai da minha cria adore participar em tudo o que diz respeito à educação e à vida da filha, mas boicotar assim a minha paixão por fofos e tapa fraldas não se faz! E ainda por cima usa bem a terminologia, o chato (até parece que estudou bem um dos nossos posts - glossário de roupas betas, parte 1 e parte 2).

E agora? Tenho de ter outra filha?

A partir de que idade é que elas já não ficam bem com estas roupas (não vale dizer nunca!)? Estou em negação. Tinha sido tão mais fácil nunca ter gostado delas! Não me conformo. Que facada nas costas, que drama! Livrem-se de lhe dar razão!!!

Agora a sério, tenho ali dois de inverno que lhe devem estar bem este ano... vai ter de levar com eles, ai vai, vai!

E como é que eu vou resistir a estas coisas lindas?


2 -  Coobie
3 - Coobie

Isto não devia ter vindo parar a um blogue de maternidade..

... mas fez-me rir.


 

Hahahaha

10.05.2015

Nem pensei na minha filha

Acho que sábado foi o primeiro dia desde que a Isabel nasceu que eu saí com o pai dela e que não andei sempre de volta do telemóvel para ver se a minha mãe estava aflita ou se algo estava a correr mal. Não enviei uma única SMS, como das outras vezes. Relaxei. Pensei: são 4 horas fora de casa, ela adora a "vovó" e mesmo que acorde vai conseguir readormecer. Mesmo que não consiga, não vem mal ao mundo, a minha mãe foi minha mãe (bolas, que raciocínio espectacular!) e não se saiu nada mal, por isso, não há nada a temer. Senti-me orgulhosa de não estar minimamente preocupada. 

Adorei ter ido jantar fora a dois (já agora, pessoas de Santarém que nos seguem - que devem ser umas três, além da minha mãe - abriu um restaurante novo tãoooo bom, chamado Dois Petiscos!) e adorei ter ido (finalmente!) ao cinema, ver um filme que me prendeu do início ao fim. Aconselho, aconselho: The Martian, do Ridley Scot. Estão a imaginar uma pessoa que dormiu três horas na noite anterior e que tinha a certeza de que iria adormecer no cinema a afinal nem pestanejou? Estão a imaginar alguém a ficar revoltada por haver intervalo? Esse alguém era eu. Muito bom.

E pronto, fui sair com o marido (que não é marido, mas um dia vai ser, que eu não perco a esperança), sem qualquer sentimento de culpa, feliz da vida e sem pensar na minha filha. Vá, falámos dela ao jantar, mas isso não conta, pois não? Hehe

Picapau com carne à séria e cebola caramelizada (não estão bem a ver...), duas caras ensonadas, peixinhos da hora do mais estaladiço que há. Comemos também ovos verdes e bombas (um prato da Catalunha) muito saboroso.

Há 9 tipos de PAIS



Adoro fazer estes exercícios parvos
e com muito pouco rigor científico de catalogar e categorizar (e adoro ler listas, assim que vi este texto no Up To Lisbon Kids, soube que tinha de dedicar uma lista aos pais) e o meu poder de observação e a minha língua destravada não me deixam ficar caladinha. Vejam lá se reconhecem alguma destas alminhas - para o bem e para o mal - aí em casa.


1. O paissurdo.
É uma patologia muito comum, que começa com a gravidez e que se vai agravando progressivamente. Manifesta-se principalmente no período nocturno. Ainda não foi descoberta a cura, mas dizem os médicos que uma almofada pelas trombas às vezes ajuda a desentupir os ouvidos.

 
2.  O paijola.
É o pai cool, para quem está sempre tudo bem, que bebe uma mini a ver o Benfas enquanto o filho está a passar a ferro, a emborcar CIF Lixívia e a desenrolar 5 quilómetros de papel higiénico. 




3. O pairadical.
É o pai que leva o filho de duas semanas para o topo do Everest, que o põe a correr a maratona de Nova Iorque com dois meses, que o inscreve no rafting com dois anos e que põe a nadar com tubarões com três. Adora a aventura, a adrenalina e... deve beber coisas que não água.

4. O paicanojo.
É aquele pai para quem "dar almoço sim senhor!", dar banho "ainda lá vai", agora não lhe peçam para mudar a fralda com cocó que ainda lhe provocam o vómito. É o enojadinho que anuncia a medo que a criança tem presente, quando muito pega-o ao colo, mas passa rapidamente a batata quente, sem resolver o assunto. Para isso teria de ter, no mínimo, um fato de astronauta em casa.



5. O paimaspouco. 
É o pai que sabe o nome dos filhos mas que nem sabe de que desporto gostam. Oferece um cheque presente no Natal e a frase que mais usa é "pergunta à mãe". Acha que a função dele está em pagar a creche e em fazer chegar pernas de frango ao frigorífico.



6. O paimanteiga.


É o pai meloso, que se derrete com os olhinhos de Bambi dos filhos, que lhes morde os dedinhos dos pés, que beija cada refego e que adora adormecer com eles por perto. É o pai mariquinhas que fala com eles bebezês e que quase chora quando eles dizem uma palavra nova.



7. O painãosabe.
Ele não tem culpa, 'tadinho, ele não consegue. Não sabe fazer o jantar, não sabe fazer a cama, não sabe que as peúgas usadas se põem no cesto de roupa suja, não sabe dar banho ao filho, vai-se a ver e tem mesmo grandes falhas cognitivas. Bullshit, é "o paisabe-atoda".

8. O paicriança.
Podemos apostar três dedinhos em como quando chegarmos a casa, depois dele ficar responsável duas horas pelos filhos, vamos encontrar um cenário de guerra. Água do banho até à cozinha, almofadas a servirem de muralhas, cabos de vassoura a servirem de armas. No fundo, é o nosso filho mais velho, mas com mais pêlos.

 
9. O paimãe.

Com maminhas mais ou menos salientes, este pai é aquele homem que parece ter mais sinapses do que os outros todos e consegue perceber que a tábua de passar não o vai engolir, que a mãe também precisa de descansar e que o filho precisa de mais do que um pai com o rabo a ganhar bolor no sofá.


10. O paiperfeito.

Não existe. Ver as restantes 9 opções.


Aqui em casa há um mix do 1, do 6, do 9 e do 8! E por aí?

10.04.2015

Para os pais dos bebés que ainda não falam.

Tudo a seu tempo.

A Irene já fala bastante bem para 18 meses, mas enquanto a Isabel da Joana Paixão Brás consegue subir para uma cadeira de adultos e sentar-se sozinha, a Irene nem sequer tenta porque não sabe por onde começar. Cada criança desenvolve mais uma parte, mas todas chegarão ao seu potencial. Lá está, tudo a seu tempo. 

Coisas que vocês ainda não têm o prazer de saber, mas que vão ADORAR saber: 

- Antes de dormir, ela pensa em toda a gente que conhece e de quem gosta. 

Não há um único dia em que, antes de dormir, não pergunte pelos avós, pela Paula, pelos meus amigos que conheceu recentemente, etc.

- Fica com músicas na cabeça.

Ao longo do dia cantarola várias músicas à maneira dela.

- Lembra-se de coisas com 3 meses de diferença.

É impressionante e assustador. Lembra-se de uma chávena de café que uma vez usei para lhe dar água, há 3 meses. Apontou para ela e disse "água". 

- Lembra-se de dias inteiros (apesar de os confundir se forem repetidos)

Sabe que, quando foi à casa da Avó Sílvia que ouviu a Tieta, que comeu melão, que fez um dói-dói, que viu o tio Pedro, que foi à piscina, que viu um cão...

- Sempre que pegamos no telefone, acha que vamos ligar a um familiar que ele goste.

Diz sempre que é a avó ou o pai...

- De manhã diz olá a tudo o que vê, porque reconhece que é um espaço familiar.

- Lembra-se de coisas que aprendeu no próprio dia de manhã, apesar de nunca mais se ter voltado a falar delas...

Achei que iriam gostar de saber. Eles são mesmo esponjas. E estão a viver TUDO convosco. :)


A Isabel tem isto vestido

Isto, umas meias até ao joelho e uns feijões (para quem não faz ideia, são sapatos). Ah! E um laçarote na cabeça, que é já imagem de marca.

Está mesmo, mesmo gira para ir a uma festa de anos. (Não está? Vá já vos faço outra pergunta, se não vos apetecer responder a esta haha).

Para completar o look, tem o lábio de baixo que parece um cachucho. Estava a subir o escorrega por onde habitualmente se desce, escorregou e lá foi ela de boca ao chão. Rica filha. Devia ser premiada pelas vezes que já abriu o lábio. Os vossos também são assim desastrados?

10.03.2015

Pintei o cabelo da miúda.

A Irene antes de ser como vocês a conhecem. 

Quando era morena, calma e não fazia corridas. :) 

Os vossos também mudaram a cor de cabelo ou são daqueles que nasceram sem cabelinho? 

Sim, a almofada é do IKEA. ;)

O toque das pernas do Frederico lá atrás.





Bebés que não chegam a nascer

Uma em cada quatro grávidas sofre um aborto espontâneo. Uma em cada quatro mulheres vê destruído o sonho de ser mãe. Uma em cada quatro mulheres sofre a dor da perda e muitas vezes cala-a. Ela dificilmente desaparece. O mundo à volta é que acha que sim.

Não fazia ideia desta realidade até uma amiga próxima, depois de bastante tempo a tentar engravidar, ter perdido o bebé, de poucas semanas. Fiquei sem saber o que dizer, mas calculei que a frase "se aconteceu assim, foi porque algo não estava bem" não fosse surtir nenhum efeito positivo nela. Não era isso que ela precisava de ouvir. Só lhe consegui dizer que sentia muito. E senti, senti muito por ela. Entretanto engravidou de novo, correu tudo muito bem, e nunca mais voltámos a falar do assunto. Se ela quiser voltar a falar disso algum dia, cá estarei para a ouvir e dar-lhe o meu abraço. Mas sei que mesmo que ainda sofra, muito provavelmente não irá puxar pelo tema, porque infelizmente, na nossa sociedade, essa perda é muitas vezes incompreendida. E as mães - e os pais - ficam a sofrer em silêncio.

Resolvi falar com algumas mães que passaram, e passam, pela dor dessa perda gestacional. Algumas ultrapassaram-na pouco tempo depois e conseguiram resolver nelas o que lhes aconteceu, outras não e acham que nunca o farão. Ficam os testemunhos, para que quem está desse lado perceba que não está sozinha. E para que, caso esteja a passar por isso, possa procurar ajuda.



Inês.
A Laura é a minha 4ª. filha. Antes dela nasceram o Manuel e o Filipe. Um problema genético foi a causa de eu ter feito 2 IMG às 17 semanas de gravidez. Foram 2 partos normais, como se de bebés de termo se tratassem, com a diferença de que saí da maternidade de braços e alma vazia, com uma dor que ainda hoje me corrói por dentro. Ouvir as pessoas dizerem "deixa lá foi melhor agora que mais tarde", "para a próxima corre melhor", "tens sorte em já ter a Rita", "deixa lá ainda és nova"... Enfim, comentários que nunca nenhuma mãe que acabou de perder um filho deveria ouvir. O que mais alento deu ao meu coração foi a dignidade com que foram tratados desde que nasceram (já sem vida) até irem para o cantinho onde hoje estão.
Já passou algum tempo, e hoje embora consiga falar mais abertamente do assunto, ainda tenho noites que choro até adormecer, sobretudo em certas datas. Quando perdi os meus filhos, um pedaço de mim foi com eles. Tive dois sonhos desfeitos. Quando fiquei grávida da Laura eu não queria de todo ficar grávida, não naquela altura. Foi uma gravidez a medo, a cada consulta, a cada eco eu tremia só de pensar que poderia voltar a ouvir as mesmas palavras que ouvi nas duas anteriores gravidezes. Quando a Laura nasceu, foi um misto de emoções... Olhar para ela e saber que vou viver com ela o que jamais irei viver com os manos é doloroso, mas depois também penso que se nada disto tivesse acontecido a Laura também não estaria cá... São emoções que se contradizem...
O Fórum, na altura, foi o lugar que encontrei para me aliviar a dor. Fiquei sozinha, a minha família está longe e no fórum encontrei pessoas espetaculares que, mesmo sem conhecer, me ajudaram a superar aquela fase.
Acho que as pessoas ainda desvalorizam o assunto "perda gestacional" e só quando passamos por lá é que temos a noção da quantidade de casais que sofrem em silêncio. Quero que a sociedade saiba o impacto que isto tem nas nossas vidas e que aqueles eram os nossos bebés, os nossos filhos. Não são coisas ou abortos.

Patrícia.
Tudo aconteceu em 2009. Descobri que estava grávida. Já tinha as minhas férias marcadas para Cabo Verde, e depois de falar com a médica, resolvemos viajar. Chegámos a Cabo Verde e correu tudo bem na primeira semana, mas depois disso veio o meu maior medo. Comecei a sangrar um pouco e fui ao hospital. Diagnosticaram "ameaça de aborto" e, embora tivesse o colo do útero aberto, vim para casa com recomendações de repouso absoluto e de pernas elevadas. Passado um dia, comecei a ter cólicas fortes (contrações). Fui ao WC, sentei-me na sanita e comecei a perder imenso sangue.  Não sei o que me passou pela cabeça, mas meti a mão e tive o meu bebé. Mesmo de 9 semanas, era o meu bebé. Estava ali, já formado. Chorei imenso. Chamei o marido, que chorou comigo e que se culpou durante imenso tempo de termos ido a Cabo Verde de férias. 
Era uma gravidez desejada e sofremos imenso com toda essa situação e até a nossa família sofreu connosco. Claro que ouvi: “se assim aconteceu era porque não estava bom” ou “se aconteceu foi porque tinha que acontecer”, frases que nunca se deve dizer a uma mãe fragilizada.
Em Cabo Verde, após o aborto, fui ao hospital e fizeram-me raspagem a sangue frio. São dores que não se esquecem. Passados seis anos, cada vez que vou a uma ginecologista e quando fiquei grávida de novo, sempre que vejo algo comprido, encolho-me toda e lembro-me daquilo que eu passei. Foram frios, trataram-me como se fosse habitual aquilo acontecer, na hora da raspagem eu gritei imenso e não houve nenhum consolo por parte da equipa médica, rasparam e mandaram-me embora.
A 24 de fevereiro de 2010, tive o meu tão esperado positivo, a gravidez correu lindamente, mas nos primeiros 3 meses estive sempre apreensiva.
Agora tenho 2 lindas princesas, uma com 4 anos e meio e outra com 9 meses.
Naquela altura, para além do apoio do marido, apoei-me imenso no forum "de mãe para mãe", que tem uma secção de perda gestacional. Contei lá a minha história, que possivelmente ajudou outras mães, e li relatos também de outras mães. Não me senti um alien.

Carla.
Antes do Santiago nascer tive uma perda as 7 semanas. Foi horrível. Estava a trabalhar e percebi logo o que estava a acontecer. Liguei ao meu marido. Tranquei-me na casa de banho e chorei. Chorei muito. Estava sozinha. Não tinha contado a ninguém no trabalho. Não queria que ninguém soubesse. Rezei para que o tempo passasse rápido. Fui à urgência e tive a pior notícia. Demorei um ano e meio a engravidar. O meu relógio biológico já estava a disparar há tempos! Durante esse período quase todas as minhas amigas engravidaram. Foi desolador. Queria ficar contente por elas e não conseguia! A minha obstetra sempre desvalorizou. Passei noites que só chorava. Passava horas a fazer contas à volta da agenda e outras tantas na net à procura de respostas. Na relação com o meu marido, apesar de nunca estar em risco, tivemos períodos difíceis. Aquilo que poderia ter sido namorar e esperar um filho tornou-se a certa altura uma obrigação. Isso deixava-me triste, muito triste. Tentei tudo! Pernas para cima depois das relações, não me lavar, não me levantar, enfim... Estava louca!!! Perguntava-me muitas vezes “porquê? Porquê eu?” Comigo sabia que estava tudo bem. A certa altura coloquei um limite e disse ao meu marido e se não engravidásse até ao final do ano íamos procurar ajuda. Convenci-o a ir ao urologista. A meio do percurso, descobrimos que ele tinha varicocele e teve que ser operado. Sabíamos que podia resultar ou não. Ao fim de um mês da cirurgia engravidei. Agora antes desta nova gravidez voltei a ter outra perda... Tive muito medo. Mas felizmente voltei a engravidar logo de seguida e já vamos nas 15 semanas.
Sei que há histórias muito mais tristes. Mulheres que sofrem horrores.
Por isso, agradeço-te do fundo do coração dares voz a estas guerreiras!!!

Sofia.
O Afonso foi a minha terceira gravidez. Em Agosto de 2012 tive a primeira morte intra uterina, depois, em Fevereiro de 2013 precisamente a mesma situação. Aconteceu sempre por volta das 6 a 8 semanas e tive que me deslocar às urgências de obstetrícia para provocar o aborto... O pior de tudo é esperar ao lado de grávidas... estar à espera que o corpo reaja à medicação e expulse o feto e estar a ouvir na sala ao lado o primeiro choro de um bebé acabado de nascer.
Em Junho de 2013, novamente grávida e por fim o sucesso (desconfio que eram gémeos, mas que um não vingou), mas, para quem passa por vários abortos, o medo está presente até ao fim e só quando tens o teu bebé nos braços é que o medo desaparece.

Rita.
Eu sofri 3 abortos (7s, 11s e 12s), todos no espaço de ano e meio. Os 2 últimos foram analisados, tendo dado problemas cromossomáticos. Fizemos consultas de infertilidade, muitos testes e exames, fizemos também consulta de genética. Resultado: tinham sido abortos aleatórios. Segundo a estatística, 1 em 4 gravidezes dá um aborto e sofri 3. Passei por um período muito duro e de depressão. Deixei de conseguir engravidar. Fiz um bloqueio. Tive 3 anos para voltar a conseguir engravidar, nesse período fiz induções de ovulação e outros tratamentos para engravidar, nada resultou. O marido foi trabalhar 1 mês para o México, eu descomprimi e, quando ele regressou, fomos de férias e eu fiquei grávida. Correu tudo bem e nasceu o João. Quando o João fez 14 meses, resolvi voltar aos treinos porque tinha medo de voltar a demorar muito tempo para engravidar. Quando o João fez 15 meses já estava grávida e desta gravidez nasceu o Pedro. Uma história triste, com final feliz e acho que sou melhor mãe e melhor pessoa devido ao que ultrapassei.


Obrigada a todas por terem partilhado comigo as vossas dores, as vossas angústias, mas também as vossas lutas. 

Caso estejam a passar por uma dor semelhante, deixo-vos este link para o fórum de perda gestacional, que tem também consultório online, e que vos poderá ajudar - Projecto Artémis.


*Todos os nomes usados neste texto são fictícios, respeitando o pedido das mães. <3

Apresento-vos a minha casa

Era bom, era. Isto é a minha cara. Era só trocar uma letrinha e seria "isto é a minha casa". Ai (suspiro).
Um dia quero ter uma casa assim. Branquinha, simples, cheia de luz.


Mentira. Com desenhos e papa ressequida no sofá, 15 brinquedos espalhados em cada metro quadrado, peluches na sanita, um cesto de roupa enorme por passar, migalhas de bolacha Maria pelo chão. Uma casa vivida. Mas naqueles 15 minutos (5 é mais realista) em que tudo está arrumado, era assim.









Entretanto, contentava-me com um fim-de-semaninha aqui, Sr. meu-futuro-esposo David Silva. Fica a dica, que já não falta muito para o Natal.

O meu marido estará maluco?

Ter-me pedido em casamento é bem capaz de ser o primeiro sintoma. 

Agora, ele diz que as fraldas com xixi da Irene lhe cheiram a pão!

Confesso que venho em busca de um fenómeno em que todas vocês digam: "ah! o meu já disse que cheirava a Opel Corsa", "o meu, vejam lá que engraçado, diz que cheira à ponta de um chavelho"...

Mas não, pois não?

É só o meu que andou a comer pão estranho quando era criança... 

10.02.2015

Nem vou conseguir dormir!

E não tem "nada" que ver comigo. 

A Irene ainda não está na creche. Tirei uma licença de vencimento e tenho estado com ela em casa todos os dias desde que ela nasceu. Tenho conseguido variar as actividades (dentro do possível e da minha sanidade mental), mas agora sinto que ela precisa doutro tipo de coisas que não lhe posso dar. Sei que a "necessidade de socialização" com outros miúdos só ocorre por volta dos três anos, mas não queria que ela virasse muito "bicho do mato" até lá. Comecei a ver coisas para ela. Queria algo mais artístico e menos frenético que algumas aulas que andam por aí. Algo que lhe desse hipótese de ouvir algo novo, de estar mais calma, de aprender coisas novas... Senti que aulas de música para bebés devia ser o adequado. Pesquisei sobre isso e fui dar à Academia de Música Improviso. 

Como é ao pé da casa onde passei a maior parte da minha vida (até agora), em Santo Amaro de Oeiras, o local também me pareceu agradável. Horário perfeito mesmo para quando voltar a trabalhar e decidi ir experimentar, convidei a Joana e a Isabelinha, claro.




A escola é numa vivenda linda, linda. Estas fotografias foram cá fora, no final da aula. 



Cheguei em cima da hora. Estava toda confiante por conhecer bem o sítio, mas acabei por me perder ligeiramente. Entramos na sala e estavam la os bebés (outros mais crianças) com os pais ou as mães. A professora Clara, descalça, começou a cantar e a fazer festinhas dos bebés para lhes dar os bons dias. E assim começou uma das melhores manhãs da vida da Irene (da Isabel, se quiser fale a mãe dela ;)).

A Irene estava fascinada com o canto da professora, com os gestos, os movimentos, com os colegas, com os pais a observar. Queria cantar, queria dançar. Nos momentos de silêncio, ela tentava cantar o que tinha ouvido. E eu, claro, de lágrimas nos olhos. 

Ela foi a palhacinha da turma. Estava super entusiasmada com tudo. Queria fazer toda a gente rir. Cumprimentava toda a gente e adorou a professora. Adorou mais a maraca que não parava de por à boca, mas também gostou muito da professora. 

Estava com algum receio que ela estivesse sempre a pedir a minha atenção e que não aproveitasse a aula ou, por estar desconfortável, que fosse pedir maminha umas 48 vezes, mas nem se lembrou da minha existência e eu adorei. Adorei vê-la sem "ela saber". 

Acima de tudo, adorei vê-la feliz, saudável, a aprender, a divertir-se, a cantar, a dançar... a quebrar a rotina. 

Estava a absorver tudo e eu derretidíssima (consegui ver que a tia Joana também, com frases como "tens aí um prato..." - e eu não tinha, por isso só podia estar a falar da Irene). 

Amanhã temos a segunda aula. Estouuuu tão entusiasmada!

E ela também! Há pouco (há umas horas), quando lhe disse que íamos à aula de música no sábado, ela fez um movimento que aprendeu na aula e que ainda não tinha repetido durante toda a semana. 

Deixo o resto para a Joana...

No outro dia fomos fazer uma sessão fotográfica com a Joana do Love Lab e não parámos de a chatear para enviar tudo o que pudesse, assim que fosse possível, pois já nem conseguíamos dormir a pensar nelas. 

A verdade é que tinhamos visto umas quantas sem edição ainda na máquina e vimos o potencial daquilo e ficamos maravilhadas. Eu fiquei. Não estou habituada a sessões fotográficas profissionais como a Joana. Ela já tinha descoberto esta maravilha antes de mim. 

Deixo o resto para a Joana mostrar, mas só para vos dar uma ideia do quão estou feliz com o resultado, vou pôr aqui as minhas duas preferidas (borrifando-me para a Joana e para a Isabel, claro! haha). 

A Irene nem costuma andar com o coelho, mas como a Isabel levava o panda, não quis ficar atrás. Este foi o primeiro boneco dela, dado pela avó Sílvia. Dormiu com ele assim que nasceu (nem deve ter reparado, claro). Aqui está com os olhos da família do lado do pai e é das melhores fotografias que temos dela de sempre. Raramente temos fotografias dela a sorrir, muito menos com este ar tão... natural!

Este foi o meu compromisso entre não fazer duckface e fazer qualquer coisa com a boca que não sorrir. Foi o que saiu. Estamos as duas... óptimas (modéstia à parte). Escolhi o baton cor-de-rosa para dar um toque de cor, mas à saída de casa já tinha perdido a coragem. Obrigada, Joana, por me teres dado o forcing final. Como dizem os brasileiros: "VALEU!".
Lindas, não somos, todas? Nota-se que estamos felizes com o que estamos a fazer? E isto foi no final de um dia de trabalho da Joana (e meu, que ser mãe a tempo inteiro também dá trabalho). Estou super contente por nos termos conhecido, por sermos tão compatíveis, por termos começado este projecto e, acima de tudo, por ter ganho uma amiga das boas. Agora já tenho uma. Ahah

Obrigada, Joana, pela sessão. Agora acho que vou ficar viciada nisto. Quando podes outra vez? Vou levar uns shorts! Ahah

Fotografias Love Lab 

Facebook aqui.


Mamã, mamããããããã!

Chegou aquela fase.

Eu, que achava saudável a Isabel sentir-se segura e calma no colo do pai, afinal tive de me confrontar com A fase. A fase em que os nossos filhos só têm olhos para nós. A fase em que a palavra "mamã" é a que mais sai da boca deles. Pelo menos cinco vezes por minuto. A fase em que só nos querem a nós para os adormecer. Para dar lhes banho. Para os tirar do banho. Para brincar. Para mudar a fralda. Para TUDO. Afinal aquela história do pai também ser Mãe, é assim e não é. Pelos menos não aos olhos deles.

E, no meio disto tudo, vejo um pai que ainda não sabe lidar muito bem com isto, até porque ela faz uma birra de morte quando ele a pega ao colo. Até aos 18 meses da vida da Isabel, tudo o que um fazia, o outro fazia. Menos dar mama, vá. O colo dos dois acalmava-a, a voz dos dois confortava-a, as macacadas dos dois faziam-na rir. Agora, só existo eu. A mamã.

Sempre achei que ia rejubilar com o facto de ter alguém absolutamente fanático por mim. Agora, não sei se é de andar muito cansada, mas sempre que, durante a noite, o David vai tentar acalmá-la e a ouço gritar "mamãããã!" (e ultimamente, com a tosse, são 29 vezes por noite), o meu coração acelera muito e fico nervosa. Desde que ela deixou de mamar, com 9 meses, começámos a repartir as idas ao quarto dela durante a noite, para conseguir ter alguma sanidade mental. Agora, sinto que a ando a perder.

Pelo menos durante a noite. Depois, de manhã, tudo passa (menos as olheiras). O meu coração enche-se quando ela me vê e diz, sorrindo, "mamã". Quando ela me vem mostrar as meias da "Mimi" (Minnie) ou quando me mostra o panda pela enésima vez naquela semana, sempre com a mesma satisfação. De manhã, com uma noite bem ou mal dormida (sim, porque se há noites difíceis para nós, para eles também o são), a Isabel encontra nas mais pequenas coisas razões para festejar. Tenho tanto para aprender com esta miúda.  

Desculpa, filha. 
 Amo-te Sempre (mesmo quando não parece),
Mãe


10.01.2015

Que porcaria de história!

Não é normal ler uma história à Irene ou contar histórias porque já está treinada para que, assim que lhe vista o pijama, levar com uma de mama e por-se a dormir (como se fosse assim tão simples). 

Porém, no outro dia, não estava a ser nada fácil adormecê-la, só dizia que queria ir embora e tive de a cativar ao máximo. Disse: "queres uma história, filha?".

Então, de luzes apagadas, com ela deitada no berço a olhar para as estrelas que brilham no tecto, contei a história mais aborrecida de sempre.

Pensei: "com o que é que ela anda obcecada agora? tenho de incluir tudo!".

"Era uma vez, um porquinho que usava óculos e que adorava contar escadas: uma escada, duas escadas, três escadas, quatro escadas, cinco escadas, seis escadas, sete escadas, oito escadas, nove escadas e dez escadas.

Era uma vez um porquinho que adorava contar aviões: um avião (barulho de avião baixinho), dois aviões (barulho de avião baixinho), três aviões (barulho de avião baixinho), quatro aviões (barulho de avião baixinho), cinco aviões (barulho de avião baixinho), seis aviões (barulho de avião baixinho), sete aviões (barulho de avião baixinho), oito aviões (barulho de avião baixinho), 9 aviões (barulho de avião baixinho)  e 10 aviões (barulho de avião baixinho).

Era uma vez um porquinho que adorava animais, adorava o gato (miau), adorava o cão (ão-ão), adorava o coelho... "

E pronto! Resultou! Mais aborrecida não podia ser, mas tinha tudo o que era preciso. Está "no bolso" agora para situações de emergência.

Que histórias contam vocês? Alguma mais palerma que a minha? ;)