1.16.2018

Não tenho uma casa de revista, mas...

Mudámos de casa há um mês e meio. Esta já é a nossa casa, aliás, já o é desde a primeira noite, porque depressa a sentimos nossa. Está longe de ser uma casa espaçosa e bem decorada, digna de revista. Trouxemos muito pouca coisa (também não temos muitas mobílias nem grandes pertences de valor), mas cada vez estou mais contente com este exercício: ter o menos possível de tralha em casa, para que nos centremos no mais importante. Até porque, como vos contei no sábado, odeio limpezas!

No entanto, fiz questão de decorar a sala para o Natal com pequenos detalhes; o quarto delas está lindo, com a caminha em forma de casa verde água e as paredes com autocolantes às bolinhas; no meu quarto impera o branco e está muito minimalista mas acolhedor (e tem uma luz fantástica!); e a sala tem sofá, móvel com televisão, mesinha e cadeiras e pouco mais.

Normalmente não andam calçadas em casa, mas já estávamos de saída :) 


O "pouco mais" é um tapete bonito mas muito funcional - que vai à máquina de lavar assim que tiver restos de papa de aveia e outros brindes. Isso para mim é obrigatório, uma vez que as minhas filhas vivem a casa e eu não tenho uma casa-museu, tal como vos falei aqui. É da Lorena Canals que, além de tapetes, tem também almofadas, cestas e outros objectos de decoração para a parede, muito bonitos, meio étnicos ou para todos os gostos. São tecidos de qualidade, feitos de forma artesanal e amigos do ambiente (as cores são resultantes de corantes naturais, por exemplo). O processo é ecológico e isso agrada-me muito nesta marca, além de toda a preocupação humanitária (com projectos que garantem a escolaridade de muitas crianças na Índia, o país com maior taxa de analfabetismo do mundo). A senhora dona Lorena está de parabéns, por todas as razões.

O meu tapete da sala é este, mas encontram muitos mais aqui, na página principal, que tem saldos até ao dia 31 de janeiro, mas também já tem alguns elementos da nova coleção (linda!), que vai ser apresentada dia 19 na Maison&Objet em Paris. 


Beijoqueira até mais não.

Deliciosa com a roupa da Tsuru, uma marca que acompanhamos desde o início.

Adora coreografias.

Muito dança ela! 

Adivinhem: Panda e os Caricas ou Panda e os Caricas?

Deixa-me lá aqui ser querida para o meu pai e pisar discretamente a obra de arte da minha irmã

Sou eu, a Luísa e a Isabel (e o pai que se lixe eheh)

Adoro esta foto, adoro, adoro.



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1.15.2018

E deixar de ter vergonha de ser blogger?

É o que também somos e temos de assumir, sem vergonhas. Como em tudo, há com quem nos identifiquemos e há com quem nem por isso. Não me sinto minimamente blogger como "achava" que era ser blogger, mas há blogs de tudo e de todas as maneiras, caramba. Da mesma maneira que "sou" loira e nem por isso sou muito imbecil. Preconceitos. 

Somos tudo o que quisermos ser nestes dias. Já lá vai o tempo em que nos queríamos fechar numa gaveta - quanto mais pequenina, melhor - e que nos limitavamos assim. 

A Joana Paixão Brás e eu fomos entrevistadas para um artigo na Sábado sobre "isto" dos Blogs em Portugal e tivemos a sorte de termos sido fotografadas pela Raquel Wise (obrigada, Raquel). 

A Joana Paixão Brás a pensar:
Fui eu quem pariu duas e ela é que parece ter o corpo de pós-parto. Estou aqui impecável, ainda levanto o pézinho para verem que a minha coxa tem metade da grossura de um tornozelo aqui da miss-faço-uma-careta-porque-sou-tímida-mas-não-quero-que-ninguém-saiba.

Eu, Joana Gama, a pensar:
A outra que está toda magra, mamou-me metade do saco de gomas da Hussel que comprei hoje no Colombo, a vida é muito injusta. Ainda por icma nem precisa de fazer bainha nas calças. A minha saia é uma mini-saia para uma pessoa de altura normal, enfim. 

A Joana Paixão Brás a lembrar-se que talvez se tivesse esquecido de pôr alguma das filhas na escola e eu a pensar se a minha papada seria evidente neste ângulo. 

Joana já a pensar se aquelas 12 fraldas darão para ter um quarto filho e logo se vê porque a vida é linda e é preciso é ouvir os passarinhos e sessões fotográficas com bolos.

Eu que me assemelho à filha que Herman José não terá. Ou isso ou tenho sangue de pelicano e não sei como. Talvez tenha meia garopa no pescoço para um dia em que tenha mais fome (para também não roubar as gomas das outras).

Eu, Joana Gama, a dar o meu melhor para chegar com as mãos aos pés. A minha flexibilidade sempre foi uma skill que atraiu parceiros. Joana a por a camisolinha para dentro das calças para se ver porque é que ela já foi fecundada duas vezes e eu não.



Eu a pensar no quanto o coelho custou à Avó da Irene na Zara Home. Ou como iria explicar o seu desaparecimento. Joana a duvidar que a cor dos meus collants fosse a certa para uma pessoa que não estivesse falecida. 

Ahaha Não consigo não achar que não daríamos um óptimo casal, sendo eu a camiona, claro. 

Este coelho nunca esteve tão feliz na vida.

A fotografia que a Joana Paixão Brás vai cortar para por como foto de perfil no Facebook porque é muito boa pessoa e abraça a criança que tem dentro de si. Eu que encarnei um tasqueiro malandro a ver uma rapariga numas push-up.

Eu a mostrar o meu lado lunar e a Joana a decidir se gosta. 

Vocês já estão a regir a estas fotografias como a boneca decidiu deixar de viver e atirar-se para cima da máquina, mas eu e a Joana estamos supé manas a fingir que lemos um livro sbre sentimentos. 



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Então e soluções para as "mães não perfeitas"?

É frequente e "sem querer" que nos esquecemos destas três dinâmicas essenciais e sempre presentes nas nossas relações: nós, nós com eles e eles. Quanto mais em "modo sobrevivência" estivermos, menor é a capacidade para distribuirmos pensamentos, para a sensatez, para a empatia. Deslocamo-nos rapidamente para "a culpa" é deles ou "a culpa" é minha. Também serve quando se aponta os dedos aos outros: "a culpa é dela que é uma mãe que não impõe limites" ou  "a culpa é da miúda que é um monstro". A culpa que tanto funciona com a palmada que se dará à criança como as palmadas que se dão na nossa consciência depois de as termosdado -  enquanto ainda não a [consciência] tivermos adormecido para não suportarmos tanta dor. 

As coisas fluem, são dinâmicas. A culpa é algo, nestas situações, primário, de sobrevivência, imediato, infantil. É difícil e parece "totó" reconstruirmos a realidade, fazendo um moonwalk cuidado no que nos levou até ali, mas uma vivência mais consciente ajuda-nos a termos capacidade para que nos surja amor com mais frequência quando olhamos para nós, para eles ou para nós e eles. 

Porque é que nos deixamos de perguntar, quando crescem mais um pouco, o que terá a criança? Quando são bebés, perguntamo-nos se têm fome, sono, sede, necessidade de mimo... mas, depois, passamos para o tribunal das manhãs e das tiranices. Foi o que terá sido feito connosco e o que terá sido feito com quem nos fez, a culpa não interessa. 


Interessa muito aqui por-mo-nos no lugar da criança, pomo-nos no nosso próprio lugar quando tínhamos a idade dela também ou até mesmo deixando-nos estar na nossa. O que sentíamos quando gritavam connosco? Quando nos punham de castigo? Quando nos portavamos "mal" era porquê? O que sentimos agora quando nos fazem o mesmo?  

Quando, na nossa vida, andamos mais amargurados, respondões, zangados, com "mau feitio" é porquê? Será aleatório? Porque "somos tiranos"? 

O que há antes do que se vê e ouve? O que há antes do fazer? 

A mãe chora quando a criança está a ser castigada porque lhe dói. Dói-lhe "ter que chegar a esse ponto". Também eu chorei quando, por desespero, numa vez em que tentei deixar a Irene chorar no berço porque "não devia mimá-la". 

O que nos faz chorar assim, "indo contra nós" (até a mãe disse isso no episódio -  a estreia do formato Super Nanny em Portugal) é porque não está bem. Ir contra nós nunca será a solução, digo. 

Impedirmo-nos de comer o que nos apetece, sem percebermos porque é que nos apetece. Impedirmo-nos de mexer tanto no telemóvel, sem perceber porque é que o fazemos. Impedirmo-nos de abraçar as nossas filhas quando elas, depois de se portarem mal, pedem colo sem perecber porque é que elas pedem e porque é que nós, mesmo depois do que aconteceu, as queremos abraçar... 

A comida que nos aparece no prato vem de algum lado. O dinheiro que sai do Multibanco também. Aquela colega que resmunga tem também ela uma vida, não "saiu assim por defeito". A criança grita, chora, bate porque não sabe expressar de outra forma o que sente. 

Aqui sim, cabe-nos a nós ter o trabalho de ver o que se passa. O panorama geral, ver além de nós e do nosso ego. Senão são duas pessoas a fazer birra. Sendo que uma delas tem a responsabilidade de tentar ser capaz de reconstruir, de fazer o moonwalk: o adulto. O adulto que além de crescido também tem algures uma criança que não se sabe expressar e que não consegue falar consigo. É tudo. 

Gostava muito de apresentar soluções concretas para cada caso. Ainda estou a descobrir muitas com a Irene no dia a dia. E as que funcionam vão mudando. Sei sempre que as melhores são quando me forço a pensar nela, em mim e nela e em mim. 

Parece que não temos tempo. Parece que não temos coração. Que nos caiu tudo em cima e que, pior que tudo, que nos deram um filho imperfeito. Esse filho que terá uma mãe imperfeita que, outrora, já esteve no lugar dele... 

Amor. Mais. Porque amor gera amor. 


Muito sobre aquilo em que acreditamos e soluções aqui:
disciplina positiva, parentalidade consciente, ...

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Às vezes ainda acho que sou uma adolescente.

Juro que não sei como isto foi acontecer. Juro que ainda tenho 16 anos, cheia de sonhos. Juro que ainda estou ali a lamber o ombro, discretamente, para sorver o sal, da pele morena e quente do sol. Juro que ainda estou ali, cheia de dúvidas, mas cheia de esperanças. O mundo nas minhas mãos. Possibilidades infinitas. Posso ser jornalista. Posso ser cantora. Posso ser actriz e fazer só musicais. Posso viajar pelo mundo. Posso ser mãe de quatro filhos. Aos dezasseis anos pode-se tudo ainda. Aos 31, se calhar já não se pode tanto, mas ainda se quer muito.

Ou será que não é assim? Será que sou demasiado sonhadora? Ou serei demasiado intensa? Porque não assento, porque não acalmo, porque não consigo ser completamente feliz com o que tenho e com o que sou? Por que é que tenho uma cabeça de adolescente num corpo de adulta? Por que é que, nem já mãe, consigo render-me à passagem dos dias, ao conforto da rotina, à estabilidade de saber o dia de amanhã?

Às vezes ainda acho que sou uma adolescente, na forma como escolho não olhar para alguns problemas, na forma como escolho não saber fazer o IRS ou enfrentar outras tantas dores de cabeça. Às vezes sou mimada. Às vezes sou ingénua e confio demasiado nos outros. Às vezes tenho expectativas surreais do mundo.

Ainda sofro com o que se diz, com a forma como se diz, odeio discussões, odeio ver pessoas zangarem-se. Nem sempre consigo desvalorizar, não sentir, não me revoltar.

Às vezes ainda acho que sou uma adolescente, pela forma como sinto e como me sinto.

Às vezes quero alcançar a serenidade que dizem que a idade nos dá. Outras vezes não quero perder a loucura que a adolescência nos deixa viver. E ser.

Não sei, mas às vezes ainda acho que sou uma adolescente.




Macacão - B Simple

www.bsimple.pt

Ténis - Vans


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1.14.2018

Os perigos da SuperNanny, da SIC

Hoje ficámos a conhecer a Margarida e a mãe e a avó da Margarida. A Margarida tem uma atitude tirana perante a mãe. A Margarida bate e faz birras. A mãe da Margarida não tem autoridade nem é consistente. Palavras usadas no programa, SuperNanny, no qual uma psicóloga vai a casa desta família ajudá-las a controlar a rebeldia da filha e a superar esta crise. 

Este programa tem problemas. Muitos, diria.

1) A exposição de crianças em situações frágeis. Custa-me imaginar as repercussões que este episódio poderá ter na vida desta criança. "Ah! Mas ajudou-a." Tenho as minhas dúvidas. O programa é um reality show, não é um documentário, um estudo científico, uma reportagem. É encenado. Nos momentos de "birra", os tambores rufam. Nos momentos de serenidade, vem a pianada. É um programa de televisão, é uma história. Além disso, o que dirão os colegas da Margarida amanhã na escola? Ou daqui a uns anos, se lhe quiserem fazer bullying? Preocupa-me. Preocupa-me a auto-percepção com que a Margarida fica de si.

2) Os conselhos da SuperNanny. Gostei de ver que não recomenda a palmada, em situação alguma. De resto, pouco mais consegui aproveitar. Não concordo com o canto do castigo (ou da reflexão ou que outro eufemismo lhe derem). Não concordo com as recompensas. Não concordo com muitas das avaliações ali feitas, as expressões usadas. Achei que ficou tudo muito pela rama (e ainda bem, não queria saber mais da intimidade desta família escarrapachada num programa de televisão). As técnicas e a consistência simplesmente alicerçadas na ordem e na obediência, com a ajuda de castigos e recompensas. Ali o que é importante é acabar com alguns comportamentos, repor a ordem, mas sem uma visão a longo prazo. E mais, sem o entendimento e análise das principais razões para os comportamentos. Sem um processo que assente na dignidade da criança.

3) Vamos continuar a veicular, nos meios de comunicação social, esta forma de educação, que vê as crianças como animais a domesticar, a todo o custo, de forma behaviourista, para instaurar a calma, mas sem reflectirmos sobre os processos e sem vermos que poderá haver outras formas de chegar a bons resultados, sem rotularmos as crianças como "tiranas" e os pais como "soberanos", que estão a falhar e a ser permissivos. Há outras formas de lhes transmitir regras, mas sem que eles se esqueçam que os amamos incondicionalmente.

"Esse tipo de programa eleva a arte de manipular os espectadores para um nível nunca antes imaginado. Para começar, a escolha de crianças incrivelmente “mal-comportadas” dá-nos um certo sentimento de sucesso: “Pelo menos meus filhos – e minha capacidade enquanto pai ou mãe – não são tão maus!” Indo directo ao ponto, estas famílias problemáticas fazem-nos torcer por soluções totalitárias. Qualquer coisa para acabar com o tumulto." Alfie Kohn
Este artigo sobre o programa americano está muito bom. 

Leiam sobre disciplina positiva, caso se interessem, leiam sobre parentalidade consciente, e espalhem amor, muito amor (e regras e disciplina, que nada disto tem a ver com ser permissivo). 




 O que acharam?

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1.13.2018

Farta de limpezas!

Perdoem-me este tema nada sexy, mas ando num dilema totó: qual será a melhor altura para fazer as limpezas cá de casa e tratar da roupa e afins. Custa-me muito passar um fim-de-semana de volta da casa: acho o tempo mais mal gasto do mundo, mesmo que tente envolvê-las nas tarefas para não sentir que não lhes estou a dar atenção. Preferia, no entanto, estar três horas sozinha em casa (ou com o David ou alguém) para dar conta de tudo mais rapidamente e não ter de estar a arrumar, de um lado, e a ver desarrumarem, do outro. O que eu preferia mesmo, mesmo, era ter quem me tratasse da casa, pois está claro, mas, pelo menos por enquanto, não entra no nosso orçamento.
No outro dia, no domingo, experimentámos, pela primeira vez, levar roupa para secar a uma daquelas máquinas, à filme americano, e foi dinheiro muito bem gasto: a roupa seca num instante e muita dela nem precisa de ser passada a ferro. Mesmo assim, perdi tempo de volta de camisas e roupa mais "pipi" (ODEIO passar a ferro).

Durante a semana é-me muito difícil ter tempo para grandes limpezas e arrumações, ponho, no máximo, o robot a aspirar a casa, arruma-se a cozinha (tem sido sempre o David) e pouco mais. Ao fim-de-semana, custa-me prescindir do nosso tempo livre e do nosso tempo para elas para estar de volta da casa (e a casa até é pequena e tem pouca tralha, mas demora!). Às vezes estamos a arrumar a louça do almoço e já é hora de fazer jantar. Uma desgraça. Até já sonho em passar todos os fins de semana a passear ou em casa dos avós para tentar esquecer-me da casa e ter as refeições feitas e isso. Eheh
Como gerem vocês esse tempo? Têm ajuda de uma empregada ou são vocês e os senhores vossos esposos que tratam de tudo? E almoços e jantares, como é?

A minha expressão quando tenho a casa de pantanas é mais ou menos esta. :) Mas queria acreditar em unicórnios.
Camisola C&A

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1.12.2018

Não sei se já vos disseram isto, mas vocês são a melhor mãe do mundo!

Mesmo quando achamos que falhamos, que não damos conta, que temos menos um parafuso.
Mesmo quando dizemos "desisto".
Mesmo quando ouvimos as têmporas de tal maneira a fumegar que achamos que nos vai dar um piripaque.
Mesmo quando só os queremos é largar em casa da avó/tio/primo/madrinha/amigo.
Mesmo quando nos perguntamos o que fomos nós fazer à nossa vidinha.
Mesmo quando mordemos o lábio debaixo para não desatar aos gritos.
Mesmo quando quando limpamos ranho seco com o nosso próprio cuspo antes de chegarem à escola. Mesmo quando ficamos felizes por ser segunda-feira e eles irem para a escola.
Mesmo quando preferimos uma conversa de chacha no whatsapp a ouvir o nosso filho.
Mesmo quando nos sentimos aliviadas porque eles finalmente adormeceram.
Mesmo quando inventamos uma desculpa qualquer porque não nos apetece ir ao parque.
Mesmo quando nos queixamos que "isto não são férias".
Mesmo quando queremos muito ir ver o StarWars mesmo sem gostar de StarWars, só para fugir à rotina.
Mesmo quando choramos, baixinho, com saudades do nosso "eu" antes de ser mãe.
Mesmo quando nos sentimos ofendidas por não termos reconhecimento do nosso papel, esforço e dedicação.

Somos as melhores mães do mundo! Somos, sim. E só percebemos e sabemos reconhecer o papel de uma mãe, da nossa Mãe, verdadeiramente, quando "passamos por elas". Há muito suor, muito cansaço, muitas dúvidas e, caraças!, damos o litro.

Não duvidem. Nunca. 




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Não queríamos que fossem de fim-de-semana sem ver isto.


Muito obrigada à Nicole do nosso grupo de Mães de Março de 2014 que decidiu presentear-nos com esta maravilha. 

A da esquerda sou eu, Joana Gama. Apanhei uma molha à procura da Padaria Portuguesa e, pelo caminho, também apanhei umas botas ortopédicas que ficavam lindamente nas minhas calças de grávida. 

A Joana Paixão Brás, da direita, não quis parar de mastigar o Pão de Deus para a fotografia e ainda devia estar a esconder uma caixinha de Palmiers atrás das costas. Na altura ainda não partilhavamos tudo - e ainda não partilhamos que algo que me diz que o David não teria paciência para mais uma. 

Pronto. Isto éramos nós grávidas da Irene e da Isabel. Nossa primeira gravidez. Sabíamos lá no que iria dar. Foi a primeira vez que vi a Joana também. Foi aqui que nos conhecemos. 

Isto para quem tivesse dúvidas de quem usa calças na relação. :)





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Porque não têm vocês mais filhos?

O número de bebés a nascer em Portugal tem vindo a reduzir cada vez mais. Em 2017, nasceram menos 7 bebés por dia relativamente ao ano anterior.

Eu sempre quis ter vários filhos. Na minha infância e adolescência sonhava com quatro, talvez incentivada pelos Natais e almoçaradas cheios de tios e primos, numa família de quatro irmãos (a minha mãe e os meus tios). 

Via-me mãe de muitos. 
Agora já não vejo. 

Ver-me-ia a ir ao terceiro, daqui a alguns anos, se tivesse outras condições. Uma rede de apoio, mais dinheiro, para ter essa rede de apoio, mais tempo e mais paciência (a paciência talvez viesse com as anteriores. Ou talvez não, não sei).

As razões apontadas pelos sociólogos para a redução do número de nascimentos tem a ver, essencialmente com:
 - redução das mulheres em idade fértil (basta pensar que a partir de 1982, deixa de haver substituição de gerações em Portugal, nascendo portanto menos mulheres, que seriam as possíveis mães actualmente)
- migração negativa: emigração (em idade activa e na idade fértil)
- falta de apoio à primeira infância
- desequilíbrio relativamente às tarefas domésticas (rrrrrrrr)

Ao contrário do que pudéssemos pensar, o dinheiro (ou falta dele) não é apontado como uma causa para esta decisão de homens e mulheres. E nesta decisão/postura não pesa o nível de escolaridade, nem a posição perante o trabalho. Nós, portugueses, gostávamos de ter três filhos, mas o resultado a que chegamos é a um. E temos esse filho mais tarde, tendo nós mais ou menos dinheiro (não sou eu que o digo, são os estudos na área). Temos a taxa mais baixa de fecundidade da Europa (menos que Itália e outros países "em crise", tal como nós). Há o desejo, não se cumpre. E o problema, em Portugal, está na passagem do primeiro para o segundo filho.

E vocês, conseguem identificar as razões para não ter mais filhos?
O que gostariam e o qual o número de filhos que acham que vão ter?
Porquê?

(Mais dados aqui no DN).

Fotografia: Susana Cabaço

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1.11.2018

O que está errado comigo?

Ui que as haters já estão a esfregar as mãos para responderem 88 respostas a dizer que sou stressada, ansiosa que, por causa do divórcio, não sei o quê e que a Irene não é uma miúda normal porque eu, eu, eu e a culpa é minha. Whatever.

Faço esta pergunta porque tenho finalmente percebido que a percepção que tenho do meu corpo não é justa. É  mesmo muito muito cruel.


Fotografia - The Love Project


Só me lembro de me achar gorda. Muito gorda. Trocava milhares de vezes de calças antes de ir para a escola de manhã, passava o dia a encolher a barriga, às vezes fazia dietas loucas no Verão de não comer durante horas e de fazer desporto durante o máximo de horas que conseguisse...  Cheguei a dormir com um cinto a apertar-me a barriga para me lembrar de a encolher para "fazer abdominais enquanto dormia". Tentei milhares de vezes obrigar-me a vomitar e - ainda bem - nunca consegui. 

E quando, num dia destes, fui ver fotografias minhas dessa altura... estava óptima. Não estava nada gorda. Não só estava bem, como estava muito bem. Era muita boazona, até. Nunca tive a barriga flat e com 6 pack, mas... não tinha motivos nenhuns para sofrer como sofri.

No outro dia, quando encomendei roupa da Zara e abri a caixa no trabalho, houve uma colega que me olhou nos olhos e disse: "porque é que compras roupa tão acima do teu tamanho?". Tinha comprado Ms e Ls. O L comprei para estar à vontade porque tenho sempre medo que não me apertem os casacos ou nos braços que não passem... 

- São acima do meu tamanho?

- São, Joana. Tens um problema (sim, haters, tenho muitos problemas) e isso tem um nome. - Ela disse isto a "brincar", mas a chamar-me à atenção para isso. Foi uma querida.

E, realmente, não tenho noção nenhuma do meu tamanho. É um facto. No outro dia ofereceram-me uma t-shirt lindíssima que era um S (obrigada :)) e eu jurava a pé juntos que não me iria servir. Até andava a adiar experimentá-la para não ficar triste. 

Experimentei umas calças e o meu número não é tão grande quanto imagino. Afinal pessoas cujo corpo visualmente me agrada no dia-a-dia vestem o mesmo número que eu. Porque será que me "odeio" tanto? 

Sei que isto não acontece só comigo, sei que acontecerá com muitas de vós. Sei que há muitas por aí que odeiam aquela prega extra que não cabe nas calças ou que odeia que os tops de lycra não assentem perfeitamente. Que odeiam os braços, a celulite nas pernas, a forma como são os dedos dos pés, os dentes... 

Somos óptimas a odiar-nos, mas temos mesmo de mudar o mindset para aquele que é menos fácil: o que temos em nós que gostemos? E será que esta nossa percepção é real? 


Vou partilhar convosco o meu exercício: 

- Adoro os meus olhos, são verdes e tristes. Tenho pestanas grandes, é uma sorte.

- Gosto muito da minha boca, parece de boneca. Tenho lábios carnudos.

- Adoro os meus dentes - só os tenho por ter usado aparelho (e ainda usar contenção), mas acho que são uma parte importante da minha cara e do meu sorriso.

- Gosto muito das minhas costas. Fiz natação durante muitos anos e gosto muito de ter ombros largos e alguns músculos mais saídos.

- Gosto do meu rabo. Em tempos pensei que o tivesse perdido, mas com um pouco de exercício voltei a ter o rabo redondo e empinado que gosto. 

- Gosto dos meus pés. São pequeninos. Gosto deles assim. 

- Também gosto das minhas orelhas, por serem pequeninas. 

- Gosto das minhas pernas quando faço um pouco de exercício. São grandes, coxudas. 

Estou a fazer um esforço enorme para não escrever "mas". 


E vocês? Se tiveram 3 minutinhos para ler isto, o que acham de fazerem agora o exercício aqui nos comments? Em anónimo, se preferirem :)

Sabem qual é a parte mais esquisita disto tudo? Quando estou nua e me vejo ao espelho consigo adorar-me! Vestida é que não consigo! 




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1.09.2018

6 dicas para haver menos stress até sair de casa de manhã.

Como vos contei neste post, as manhãs andavam a ser cada vez mais complicadas e dramáticas, o que influenciava um dia inteiro de stress e uma noite inteira de culpa por sentir que estava longe de ser "a melhor mãe possível". 


Hoje, durante a manhã, dei por mim a pensar nas várias técnicas que estou a utilizar neste momento para que tudo corra pelo melhor (e que, até hoje, resultam) - além de estar a tentar cuidar melhor de mim com uma alimentação mais saudável (sopa, vegetais, água, fruta, variedade...) e higiéne de sono (tenho a sorte de a Irene já fazer uma noite inteira de sono - FINALMENTE, estou convosco, mães que sofrem). Quero partilhar convosco: 

1- Acordar antes dela e "despachar-me" primeiro. 

Mesmo que isso implique acordar uma hora antes e deitarmo-nos uma hora mais cedo. No meu caso é: tomar banho (pinto-me depois na casa de banho no trabalho - até tem melhor luz), preparar o lanche dela com um desenho, escolher a minha mala, fazer a minha cama, tratar da areia dos gatos e dar um jeito à cozinha.

2- Não há televisão

A televisão hipnotiza e faz com que os nossos timings se tenham de reger pela duração dos episódios. Faz também com que comam mais lentamente. Sem televisão é mais rápido, ainda dá para conversa, para algum tempo de qualidade, dependendo da hora a que se levantem. Conheço famílias que têm de fazer longas viagens de manhã e acordar bem cedo e aí não sei mesmo onde "enfiar" a conversa. 

3- Música

Muda a disposição. Tanto. Hoje, em vez de birras, dançámos as duas juntas. Foram 30 segundos, mas que, de certeza, fizeram com que 30 outros "nãos" só porque sim não existissem. Além de estar a educá-la para a variedade (senão teria de por sempre o Bum Bum Tam Tam ou assim todos os dias e já me enjoei). 

4- Preparar a roupa dela no dia anterior

Não há sonos e pressas à mistura e, de manhã, é só equipar. Easy.

5- Usar o boneco preferido dela a nosso favor. 

"Repara, a Luisinha quer pentear-te agora e lavar-te os dentes... deixa a Luisinha". O que é giro é que funciona - pelo menos com a Irene - com todos os bonecos por isso a duração disto tem sido surpreendente

6- Verbalizar sempre a vantagem de progredir na missão "sair de casa".

"Anda que hoje vais levar o Spider Man para mostrar aos amigos". "Penteia-te que a seguir eu deixo-te escolher o teu gancho preferido".

Agora, daquilo que me lembro, muito depende também da forma como os acordarmos. Eu faço muitas festinhas pelo corpo e mostro-me bem disposta, ponho música calminha... A ver se continua a funcionar amanhã.

Fotografia Yellow Savages
Roupa - Little Jack 




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